A vacina contra câncer é desenvolvida para o tipo da doença na cabeça e no pescoço; No Brasil, mais de 70% desses tumores são tardiamente diagnosticados
Esperança: essa é a palavra para uma vacina contra câncer que está sendo desenvolvida por cientistas da Inglaterra em parceria com um laboratório francês. A ideia é que o imunizante sirva como um tratamento conjunto aos convencionais, e ele visa combater células cancerígenas de dois tipos de câncer: de cabeça e pescoço. Quando se trata dessas duas doenças no Brasil, em média 76% dos diagnósticos são realizados tardiamente no Brasil, quando o câncer já está em estágio avançado, conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Oito pacientes receberam a vacina que foi desenvolvida de forma personalizada. A técnica consiste na coleta do DNA do tumor de cada pessoa acometida por uma dessas enfermidades. A partir disso, essa parte do DNA é colocada em um vírus inofensivo que, quando alterado geneticamente, busca destruir as células cancerígenas antes mesmo do surgimento de um nódulo, ou seja, em estágio inicial.
“Estou bastante animado com isso. Todos os dados estão apontando na direção certa”, disse à Sky News o consultor médico oncologista e diretor de pesquisa do Clatterbridge Cancer – que está no projeto -, Christian Ottensmeier. Além da ação da vacina contra câncer, os pesquisadores analisaram a reação dos pacientes após a aplicação.
De todos que receberam o imunizante, nenhum apresentou recaída meses depois. Dois voluntários que não chegaram a receber a vacina apresentaram o retorno do tumor, mas, ainda é preciso realizar estudos mais aprofundados para maiores conclusões. Batizada de TG4050, a vacina foi produzida com uma tecnologia semelhante à produção do imunizante da AstraZeneca contra a covid-19.
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Só em 2019, pouco mais de 20 mil brasileiros morreram por conta do câncer de cabeça e pescoço, conforme o INCA. Ainda, são cerca de 40 mil novos diagnósticos desses tumores por ano no Brasil. No mundo, o câncer de cabeça e pescoço é o sexto com maior incidência, conforme a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer.
