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O que pode ter o filho da socialite Paris Hilton? Assimetria craniana é uma possibilidade

Para a Viva Saúde, a fisioterapeuta Ana Luiza Soares esclareceu dúvidas sobre a assimetria craniana, provável condição do filho de Paris Hilton

O que pode ter o filho da socialite Paris Hilton? Assimetria craniana é uma possibilidade
O que pode ter o filho da socialite Paris Hilton? Assimetria craniana é uma possibilidade – Reprodução/Instagram

Nestes últimos dias, chamou a atenção do público o formato da cabeça do filho da Paris Hilton, o pequeno Phoenix, de apenas 9 meses. Embora Hilton tenha afirmado em uma rede social que seu filho é perfeitamente saudável, e: “Sim, claro que ele passou com um médico. Ele só tem um cérebro grande”, disse, será que essa é a informação correta a ser passada? Será que o médico esgotou todas as possibilidades de investigação?

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Em meio a muitos comentários maldosos, alguns questionamentos pertinentes foram feitos. Afinal, Phoenix, fruto do casamento da socialite com Carter Reum, tem assimetria craniana?

Segundo a fisioterapeuta, especialista em assimetrias cranianas e órteses, Ana Luiza Soares, embora seja perceptível um alargamento da região lateral, que nos leva a pensar em uma braquicefalia posicional, não é possível avaliar se há ou não assimetria craniana sem exames específicos, tais como o scanner 3D.

A profissional conversou com a Viva Saúde e esclareceu algumas dúvidas sobre sua área, a assimetria craniana.

Como são feitos e quais os exames necessários para o diagnóstico da assimetria craniana?

A assimetria craniana é diagnosticada por meio da avaliação clínica do profissional, que consiste em observar, avaliar e medir o formato da cabeça do bebê, a fim de realizar o diagnóstico diferencial entre assimetria craniana sinostótica (cranioestenose: malformações congênitas caracterizadas pela fusão precoce de uma ou mais suturas cranianas) e não sinostótica (assimetria posicional)

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Se necessário, o profissional pode solicitar uma ultrassonografia de suturas cranianas – regiões maleáveis do crânio que permitem que o cérebro cresça e se desenvolva corretamente. O exame identifica as características das suturas, bem como se alguma delas fechou antes do tempo esperado, ou se possuem morfologia incomum.

Ainda, é possível ser solicitado uma tomografia de reconstrução 3D, que busca captar imagens das partes ósseas do crânio e de estruturas intracranianas que possibilitam uma reconstrução tridimensional desta parte do corpo, para sanar qualquer dúvida sobre o fechamento das suturas. No entanto, estes são exames que não devem ser solicitados sem necessidade, pois o bebê é exposto a uma carga de radiação, ainda que pequena. Também pode ser solicitado um raio-x de avaliação do crânio.

As medidas das proporções da cabeça do bebê podem ser realizadas com o uso do craniômetro, equipamento desenvolvido para determinar o grau de deformidade craniana posicional.

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O escaneamento 3D é o principal exame para diagnosticar as assimetrias cranianas posicionais. Com o bebê sentado em uma cadeira específica e segura, o exame é realizado com um equipamento que emite uma luz branca sem nenhuma radiação. Como uma série de ‘fotos’, ele capta as imagens em 2D e 3D do formato da cabeça do bebê, obtendo as medidas precisas e tipo de assimetria que podem ser plagiocefalia, braquicefalia, braquicefalia assimétrica e escafocefalia.

O que deve ser preocupante para os pais?

Embora nenhum de nós possua a cabeça redondinha e totalmente proporcional, os pais devem estar sempre atentos ao formato da cabeça do bebê. Geralmente, assimetrias cranianas são bastante visuais. Bebês, principalmente até um ano, não devem ter preferência por uma determinada posição ou lado. Essa preferência pode estar relacionada a outras condições, como torcicolo muscular congênito, que precisam ser diagnosticados e tratados por um fisioterapeuta, já que são possíveis causas de assimetria craniana posicional.

Quais os tipos e causas das assimetrias cranianas, tal como a braquicefalia posicional?

Todas as assimetrias acontecem por forças externas aplicadas, de forma constante, ao crânio maleável da criança. Os tipos de assimetria são: plagiocefalia (deformidade em uma das regiões posteriores da cabeça que traz a orelha – do mesmo lado – para frente, podendo também projetar a bochecha e a testa para frente), braquicefalia (acontece na região posterior total da cabeça, sendo uma assimetria de proporção) e a escafocefalia (uma das condições que acometem muito os bebês prematuros que ficam muito tempo lateralizados e tem dificuldade em manter a posição em linha média).

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As assimetrias podem ter diversas causas, entre elas a posição do bebê intra útero, gemelaridade, fetos grandes, diminuição de líquido amniótico, posição constante do bebê durante o dia e/ou quando dorme, torcicolo congênito, assimetrias corporais, tensões no corpinho, alterações cervicais, hipotonia, bebês que se movimentam pouco nos primeiros meses de vida e bebês que passam muito tempo em contêiner nos primeiros meses de vida (cadeirinhas de balanço, bebê conforto e outros dispositivos semelhantes).

Quais as consequências das assimetrias para os bebês?

Muito além da questão estética temos as alterações estruturais e funcionais. Uma assimetria craniana pode levar a atrasos no desenvolvimento motor, alterações na acuidade visual, alterações na acuidade auditiva, otites de repetição, assimetrias craniofaciais, alteração na arcada dentária, entre outros.

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