Cientistas identificaram uma substância odorífera capaz de atrair mais mosquitos quando uma pessoa está infectada pelo vírus da dengue
Já imaginou que, por estar infectada pelo vírus da dengue e zika, uma pessoa pode atrair ainda mais mosquitos? Essa é constatação de um estudo publicado na revista Cell, na última quinta-feira, 30, que destaca que pacientes contaminados possuem uma alteração no cheiro do corpo que atrai esses tipos de insetos. “Os mosquitos dependem de seu olfato para detectar hospedeiros e orientar comportamentos fundamentais de sobrevivência”, comunicou o cientista-chefe do estudo, Gong Cheng.
No estudo, os cientistas fizeram um experimento tanto com camundongos quanto com humanos. Com os animais, os pesquisadores perceberam que os mosquitos preferiram se aproximar dos camundongos doentes do que dos saudáveis. A partir daí, o próximo passo seria identificar a substância responsável por essa preferência e, com os testes, os pesquisadores descobriram uma molécula odorífera chamada acetofenona.
“Acetofenona de camundongos infectados por flavivírus é um potente atrativo para mosquitos”, destacaram os pesquisadores chineses, no artigo. Eles ainda explicaram que a infecção pelo vírus da dengue é responsável por expandir bactérias da pele que são produtoras da substância acetofenona.
“O vírus pode manipular o microbioma da pele dos hospedeiros para atrair mais mosquitos para se espalharem mais rapidamente”, explicou um dos autores do estudo, Penghua Wang. Mas, existe algo que pode afastar os insetos durante a infecção? Conforme os cientistas, sim. A substância isotretinoína foi capaz de reduzir “o sinal de acetofenona e a transmissão viral”, como destacaram os pesquisadores no artigo.
* Leia também:
Conforme Gong Cheng, “a administração dietética de isotretinoína, em animais infectados por flavivírus, reduziu a volatilização da acetofenona ao remodelar as bactérias comensais residentes na pele do hospedeiro”.
