Atual surto de varíola dos macacos apresenta sintomas mais específicos
Estudo aponta sintomas diferentes de outros surtos de varíola dos macacos; No Brasil, já são mais de 70 casos da doença
Estudo aponta sintomas diferentes de outros surtos de varíola dos macacos; No Brasil, já são mais de 70 casos da doença
A cada dia que passa, os casos de varíola dos macacos crescem cada vez mais. No Brasil, os casos saltaram para 76, até o momento, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, na sexta-feira, 01, que as infecções pela doença triplicaram na Europa em apenas duas semanas. Diante desse cenário, um estudo do Reino Unido apontou que o atual surto da varíola apresenta sintomas mais específicos.
Os cientistas analisaram dados de 54 pacientes que foram diagnosticados com a monkeypox ainda em maio. As informações foram coletadas em clínicas de saúde sexual. Com isso, os pesquisadores identificaram quadros de sintomas comuns: lesões na região genital e anal, enquanto cansaço e febre foram os menos relatados. Aliás, grande parte dos pacientes relataram relações sexuais sem o uso constante de preservativos.
Publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases, o estudo ressalta a necessidade da revisão dos diagnósticos da doença. “O sintoma comumente observado de lesões de pele nas áreas anal e peniana e o fato de um quarto dos pacientes testarem positivo para gonorreia ou clamídia, ao mesmo tempo que a infecção por varíola do macaco, sugere que a transmissão do vírus está ocorrendo pelo contato pele a pele, por exemplo, no contexto da atividade sexual“, comunicou uma das autoras do estudo, a Dra. Ruth Byrne, do Hospital Chelsea & Westminster Hospital Fundação NHS Trust.
Mas, ela também ressaltou que a descoberta pode ter sido influenciada “pelo fato de sermos provedores de saúde sexual” e, por conta disso, “pode não refletir a transmissão na população em geral”. Por enquanto, a varíola dos macacos não é considerada Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, mas o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, comunicou na sexta-feira que o status será reavaliado “em breve”.