Conhecer o seu relógio biológico garante que seu organismo funcione de forma mais orgânica e saudável, potencializando o efeito de remédios e vacinas, por exemplo; especialista explica como se ajustar nesta ‘rotina’
Com certeza, ao longo dos anos, você já deve ter percebido que para algumas coisas o seu corpo tem a ‘hora certa’. A hora certa de ir ao banheiro, a hora certa de acordar e dormir, independente de despertador. Mas por que isso acontece? Todo esse alinhamento é consequência daquilo que chamamos relógio biológico!
Nosso ‘relógio’ do corpo atua devido ao movimento da Terra em torno do sol, no passar de 24 horas. Assim, o tempo orienta o funcionamento do nosso organismo. “A luz do dia e a escuridão da noite rege os nossos ciclos biológicos. Essa iluminação do ambiente guia vários ciclos biológicos em nosso corpo, sendo mais conhecido o ciclo circadiano (cerca de um dia) e o ciclo sazonal (dias longos no verão e noites longas no inverno)”, explica Jamar Tejada, farmacêutico naturopata.
A compreensão desses fatores acontece na nossa retina que, com milhões de células fotossensíveis chamadas cones e de bastonetes, reconhece essa variação da luz disponível ao longo do dia e transforma energia luminosa em impulsos nervosos que serão interpretados pelo cérebro.
Por isso, é importante entendermos nosso relógio biológico. Já que assim compreenderemos como outros agentes – como remédios, vacinas – podem melhor funcionar nosso organismo.
Jamar Tejada explica que “as reações químicas e mudanças físicas que ocorrem em nossos corpos variam muito ao longo do dia. Já que nosso corpo é programado para fazer coisas distintas, como liberar hormônios ou regular a temperatura corporal, a cada momento do dia”. Por isso, remédio atuam de formas diferentes, dependendo do horário que consumidos e suas funções.
“Nos medicamentos anti-hipertensivos, por exemplo, nossa frequência cardíaca é impulsionada pelo relógio biológico. Logo pela manhã, ela tende a ser mais alta, já que nosso corpo precisa irrigar todo nosso sistema que estava até então em repouso para iniciar as atividades diárias. Logo, tomar o anti-hipertensivo ao deitar a noite significa que os níveis da droga aumentam e permanecem no corpo em níveis relativamente altos, reduzindo a pressão arterial; ou seja, tomar pela manhã aumenta o risco, pois, haverá menos medicamento biodisponível”, explica o profissional.
Outro medicamento, por exemplo, a aspirina tem melhor funcionamento à noite. Isso, porque, como relata Tejada, “garante que as novas plaquetas sejam ´desativadas´ muito antes da janela para derrames na manhã seguinte, quando a circulação sanguínea está aumentada”.
Vacinas também apresentam uma melhor eficácia, aumentando 3 vezes mais anticorpos, quando tomadas pela manhã.
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Como explicado anteriormente, o sono, junto dos passar das horas, são os responsáveis por regular nosso relógio. Por isso, “quanto mais desajustado nosso relógio biológico mais alterado está nosso nível hormonal. E, com isso, mais prejudicado estará o funcionamento do nosso sistema imunológico”, relata o farmacêutico.
Assim, o especialista relata que a exposição à luz do dia, alimentação em horários regulares e uma rotina consistente de sono-vigília são essenciais para o melhor funcionamento do nosso organismo.
