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Especialista fala sobre os tratamentos de epilepsia – Pexels/Alesia Kozik

A epilepsia é a doença crônica cerebral mais comum no mundo e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 50 milhões de indivíduos de todas as idades são portadores desta enfermidade que é definida como a desordem caracterizada pelo acontecimento de duas ou mais crises convulsivas não provocadas.

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Para levantar a discussão sobre essa patologia, março foi escolhido como o mês roxo (dia 26 será o de conscientização da Epilepsia). No Brasil, mais de três milhões de pessoas sofrem com o problema, que, ao contrário do que também se fala, não é uma doença mental. Na verdade a patologia é uma disfunção que causa descargas elétricas excessivas no cérebro, acarretando alteração da consciência, contrações e movimentos musculares involuntários.

Grande parcela das pessoas com epilepsia vive em países de média e baixa renda, justamente a população com pior acesso aos serviços de saúde, o que é particularmente relevante na medida que é possível o controle da doença com o tratamento adequado.

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MARÇO ROXO: NEUROCIRURGIÃO ELUCIDA ALGUNS FATOS SOBRE A EPILEPSIA

“Os pacientes portadores de epilepsia são estigmatizados e muitas vezes sofrem consequências psicológicas e sociais decorrentes da doença em si, sendo assim é preciso esclarecer alguns fatos sobre esta enfermidade”, explica o neurocirurgião e especialista em coluna, Dr. Haroldo Chagas.

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Em primeiro lugar, a epilepsia pode apresentar-se através de diferentes tipos de crises convulsivas. A convulsão mais comum é aquela caracterizada por abalos musculares acompanhados de perda de consciência, mas também os pacientes podem ter breves episódios de ausência sem que o paciente tenha consciência do acontecido.

A epilepsia pode ser causada por diversas formas, principalmente por idade e pelo tipo da doença. Nas crianças acontece a anóxia neonatal (falta de oxigênio no cérebro durante o parto) e por imperfeições do metabolismo (essas mudanças são comuns desde o nascimento). Já nas pessoas da terceira idade, a epilepsia é ocasionada pelas doenças cerebrovasculares (AVC – acidente vascular cerebral) e tumores cerebrais.

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EPILEPSIA TEM TRATAMENTO

Chagas aponta que o mais importante é que a doença tem tratamento e é possível que o indivíduo com epilepsia tenha uma vida normal como qualquer outra. É possível dirigir, namorar, praticar esportes, trabalhar normalmente, viajar, estudar e muitas outras coisas relacionadas com o cotidiano. A grande causa dos estigmas sociais relacionados com a epilepsia é a falta de entendimento de que o tratamento e controle são possíveis, o que faz com que os pacientes evitem situações nas quais o aparecimento de crises convulsivas possa trazer algum tipo de constrangimento ou causar alguma situação de perigo.

Para se ter um diagnóstico correto é necessário avaliar os históricos do paciente, saber das informações sobre todas as crises que já ocorreram, quando teve o início dos sintomas, a história da família. Realizar exames complementares como: tomografia do crânio, eletroencefalograma, ressonância magnética do cérebro.

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Deste modo, o tratamento é o caminho para uma vida normal e plena. Este pode ser feito com a utilização de medicamentos, uma ou mais drogas, e com cirurgias que são realizadas para casos selecionados nos quais a terapia com um ou mais medicamentos não surtiu qualquer resultado no que tange ao controle das crises.

“Todos os pacientes com esta enfermidade devem ter em mente que é possível viver livre de crises convulsivas. Para isso, é necessário que o atendimento médico especializado seja acessível a qualquer indivíduo com epilepsia”, finaliza o neurocirurgião.


Sobre a fonte:

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DR HAROLDO CHAGAS (CRM- RJ: 52-70425-3) – NEUROCIRURGIÃO E ESPECIALISTA EM COLUNA: Graduado pela Escola de Medicina Souza Marques no ano 2000 e especializou-se em Neurocirurgia (2001 – 2005) no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – UFRJ. Além disso, fez Cirurgia de coluna (2005-2006) no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – UFRJ e é
Chefe da Neurocirurgia e do Centro Cirúrgico do Hospital Federal da Lagoa – Rio de Janeiro.