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Depressão pode não ter relação com falta de serotonina, afirma estudo

Novo estudo questiona diagnóstico de depressão associado à falta baixa de serotonina, “hormônio da felicidade”, no organismo

Novo estudo questiona o diagnóstico de depressão associado à falta baixa de serotonina, "hormônio da felicidade", no organismo do paciente
Baixa serotonina pode não ser a causa da depressão – Pexels/Klaus Nielsen

Uma nova pesquisa britânica, publicada na revista Molecular Psychiatry, na última quarta-feira, 20 de julho, questiona a relação entre a depressão e o “hormônio da felicidade”, a serotonina. No artigo, então, aponta-se a falta de relação entre os níveis baixos do hormônio e o diagnóstico da doença, como se relata atualmente.

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A partir de uma análise de outras 17 pesquisas, o estudo conseguiu perceber que medicamentos inibidores de recaptação da serotonina, ou seja, que aumentam seus níveis no organismo, são eficazes no tratamento da depressão. No entanto, isso não garante que a relação contrária, isto é, que baixos níveis do hormônio são os responsáveis por desenvolver a doença.

Estudo revê não haver relações necessárias para afirmar que baixo nível de serotonina desenvolve depressão

Segundo os autores da pesquisa, nem todos os pacientes diagnosticados com depressão apresentavam baixos níveis de serotonina. Além disso, métodos que reduzem o hormônio no organismo também não conseguiram desenvolver a doença.

“Acho que podemos dizer com segurança que, após uma grande quantidade de estudos conduzidos ao longo de várias décadas, não há evidências convincentes de que anormalidades da serotonina, particularmente por níveis mais baixos ou atividade reduzida da mesma, causam a depressão”, explicou, ao The Guardian, Joanna Moncrieff, principal autora do estudo.

“Muitas pessoas tomam antidepressivos porque foram levadas a acreditar que a sua depressão tem uma causa bioquímica”, continua. “É a falsa crença de que a depressão se deve a um desequilíbrio químico. Já é hora de informar o público de que essa crença não é fundamentada na ciência”.

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Apesar disso, médicos e outros pesquisadores reafirmam a importância do uso de medicamentos para depressão, em pacientes diagnosticados e receitados, de maneira que a pesquisa os faça parar de usar os remédios que são eficazes.