Depressão e diabetes: distúrbio afetivo é de duas a três vezes mais frequente na pessoa com a doença crônica
Endocrinologista Dr. Fernando Valente chama atenção para triagem específica sobre depressão nos pacientes com diabetes
Endocrinologista Dr. Fernando Valente chama atenção para triagem específica sobre depressão nos pacientes com diabetes
“Todo mundo se lembra que o diabetes aumenta os riscos de cegueira, amputação, doença dos rins e infarto do coração, mas poucos se lembram da relação que existe entre diabetes e depressão”, comenta Dr. Fernando Valente, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
Segundo ele, a depressão é de duas a três vezes mais frequente na pessoa com diabetes quando comparado com a população sem a condição. Porém para cada uma pessoa com diabetes que recebe o diagnóstico de depressão, há pelo menos mais duas na mesma situação que não são corretamente diagnosticadas. Ou seja, apenas um indivíduo terá a chance de receber a orientação e o tratamento correto para a depressão.
“Assim como o exame físico dos olhos, dos rins e dos pés, a triagem para depressão deveria ser feita anualmente nas pessoas com diabetes, principalmente, nas situações em que aparece alguma complicação crônica do diabetes”, explica o endocrinologista.
Sintomas como cansaço excessivo, emagrecimento, diminuição do desejo sexual e alteração do sono podem ser manifestações do próprio diabetes descompensado, mas também podem ser causados por depressão.
“A depressão pode diminuir o autocuidado, resultando em descuido quanto à alimentação, à monitorização do açúcar no sangue e até mesmo quanto ao uso correto dos medicamentos. Por isso é tão importante falarmos sobre o assunto”, alerta Dr. Fernando.
A hipoglicemia, que é a queda do açúcar no sangue para níveis muito baixos, ou a hiperglicemia, que é a elevação de açúcar no sangue, podem agravar todos esses sintomas no longo prazo, aumentando tanto o risco das complicações do próprio diabetes quanto agravar a depressão.
A associação entre a depressão e o controle glicêmico pode ser explicada pelo estilo de vida. Para pacientes com diabetes é essencial praticar atividade física, controlar o peso, parar de fumar e, nos casos suspeitos de depressão, é importante também fazer uma avaliação com o profissional de saúde mental que vai identificar se há necessidade de tratamento com remédio ou também de psicoterapia. “Ninguém consegue ser forte o tempo todo: não tenha medo de pedir ajuda”, aconselha o endocrinologista.
Sobre a SBEM-SP
A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com outras entidades médicas, e oferece aos seus associados oportunidades de aprimoramento técnico e científico. Consciente de sua responsabilidade social, a SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre as principais doenças tratadas pelos endocrinologistas.