Prática da acupuntura deve se restringir a médicos especializados

Acupuntura: muitos acreditam que para trabalhar com essa técnica milenar chinesa que tem mais de 4 mil anos e o objetivo de reestabelecer o equilíbrio fisiológico e promover o bem-estar basta fazer um curso profissionalizante. Mas, essas pessoas não se dão conta de que ela envolve detalhes complexos que não são aprendidos em apenas algumas horas de aula e que é preciso um conhecimento profundo do funcionamento do organismo para que ela ofereça, de fato, os seus benefícios e não corra o risco de prejudicar o paciente.

Acupuntura: profissional precisa avaliar se prática não está mascarando outra doença

Para começo de conversa, a acupuntura modera substâncias importantes, como alguns neurotransmissores, através de estímulos de terminações nervosas presentes na pele e nos músculos. Além disso, antes de começar a fazer o processo, é importante que o profissional seja capaz de realizar um diagnóstico correto do caso e de acompanhar se o quadro está evoluindo da maneira esperada. Isso sem falar que é necessário avaliar se o seu uso foi bem indicado e não está mascarando um problema e postergando o seu tratamento correto.

“Um exemplo seria uma dor nas costas que está sendo causada por um câncer e o indivíduo não é submetido a exames ou uma quimioterapia porque acredita que se trata apenas de algo tensional e que vai ser resolvido apenas com o uso das agulhas”, explica André Tsai, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura. O mesmo vale para uma dor de estômago, uma dor de cabeça, uma crise de angústia e uma sensação de cansaço mesmo depois de ter dormido bem à noite. Quadros que podem ser simples ou dar sinais de uma doença mais séria.

Todas essas razões não deixam dúvidas de que é essencial que as sessões sejam feitas por médicos acupunturistas. E isso tem o aval das instituições responsáveis, pois a acupuntura é especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e, neste momento, é considerada Ato Médico.

Quem quiser se submeter a esse tipo de tratamento não vai ter problemas em encontrar um especialista, pois o Brasil possui médicos acupunturistas em todos os estados da Federação e também no Distrito Federal realizando atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto no sistema de saúde suplementar. “Na China, o berço da acupuntura, ela só pode ser feita por médicos, ou seja, é uma questão de sermos coerentes com o que exigido lá e de oferecer o melhor para a população brasileira”, afirma Tsai.