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Espondilolistese: o que é o problema que levou Alcione à cirurgia?

Ortopedista explica o que acontece com a coluna até um quadro de espondilolistese, doença que fez Alcione passar por cirurgia

Médico explica problema de Alcione
– Médico explica problema de Alcione – Instagram/alcioneamarrom e Freepik/kjpargeter

Espondilolistese: essa foi a condição que fez a cantora Alcione passar por um procedimento cirúrgico na coluna vertebral para tratar o problema. Aos 74 anos, a artista foi operada no último domingo, 17, e, conforme sua equipe, em nota nas redes sociais, deve receber alta hospitalar em breve.

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O nome da doença pode ser difícil de falar, mas o ortopedista e especialista em cirurgia de coluna Dr. André Evaristo Marcondes que a espondilolistese é uma doença do segmento da coluna. “Por diferentes causas, uma vértebra acaba escorregando sobre a outra, causando tração e compressão, tanto da medula como das raízes envolvidas nesse segmento”. No comunicado sobre a cirurgia de Alcione, a equipe explicou que o procedimento era voltado para tratar “espondilolistese de L5 – VT associada à discopatia degenerativa de L5, com sinais de radiculopatia à direita”.

Espondilolistese: doença que acometeu Alcione tem vários tipos

Não há apenas um tipo de espondilolistese. O ortopedista explica que as origens da doença podem ser diversas, como congênita por lesão da ‘pars interarticularis’, ou seja, da articulação/estrutura que liga uma estrutura na outra de origem traumática” ou por “trauma agudo, como por microtraumas de repetição, vistos em atletas de alto rendimento praticantes de vôlei ou de ginástica olímpica”. Conforme o Dr. André, dentre as causas que não são frequentes estão:

  • Malformação congênita não específicas;
  • Lesões iatrogênicas;
  • Lesões tumorais;
  • Discopatia degenerativa grave.

Espondilolistese: quais são os sintomas?

Como a maioria dos casos da doença tem origem degenerativa ou da lesão de alguma estrutura, os sintomas costumam ser insidiosos. “Isso significa que o quadro se inicia com episódios de lombalgia (dor lombar) de leve intensidade, explica o Dr. André. Ao progredir com o passar do tempo, as dores lombares começam a ficar mais fortes, “passando para irradiação da dor para membros inferiores, com característica progressiva da intensidade da dor”. Esse quadro pode levar à “perda de sensibilidade, perda de movimento nas pernas e alterações geniturinárias e gastrointestinais, como perdas urinárias e perda do controle dos esfíncteres”.

Todos os casos da doença precisam de cirurgia?

Para essa pergunta, a resposta do ortopedista é “definitivamente não”. A maioria dos casos consegue ser controlada com fortalecimento muscular e medidas não cirúrgicas, sendo fundamental a individualização do caso e a compreensão dos mecanismos envolvidos na lesão e nas necessidades biomecânicas de cada indivíduo”.

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O médico explica que a necessidade de um tratamento cirúrgico depende do grau do escorregamento. “Na maioria dos casos de escorregamentos de grau 2 e 3 (escorregamentos maiores que 25 a 50% de um corpo vertebral sobre o outro) geralmente possui indicação de tratamento cirúrgico”.

Outros cenários são as “queixas de dor e irradiação para membros inferiores são de grande intensidade não controláveis, até finalmente os casos que apresentam lesões neurológicas com perda de força e de sensibilidade que necessitam de abordagem cirúrgica”, explica o ortopedista.


Sobre a fonte:

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Dr. André Evaristo Marcondes – Ortopedista Especializado em Coluna – Mestre em Saúde Pública pela University of Limerick (Irlanda), possui especialização em Cirurgia de Coluna, em Ortopedia e Traumatologia, e graduação em Medicina pela Universidade de Marília. É membro da North American Spine Society (NASS), Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital do Servidor Público Municipal (SP) e, atualmente, atende no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, AACD e Neuro Ortho Spine Center (N.O.S.)