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Mulher descobre doença rara após crise de vômitos e formigamentos

O diagnóstico da doença rara veio após uma série de sintomas, que causaram até a perda dos movimentos dos braços e pernas; entenda o caso

O diagnóstico da doença rara veio após uma série de sintomas, que causaram até a perda dos movimentos dos braços e pernas; entenda o caso
Conheça a doença rara que causa lesões no cérebro — Instagram

Desde 2011, a atleta e, hoje, coach de saúde Dani Americano começou a sentir uma série de sintomas que a levaram ao diagnóstico de uma doença rara, anos mais tarde.

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Segundo a advogada, tudo começou quando ela vomitou após uma série de exercícios e o consumo de comidas gordurosas com uma amiga. Apesar de acreditar ser uma infecção momentânea, as náuseas persistiram por dois meses. Neste período, Dani chegou a perder 8 kg e não obteve nenhum diagnóstico: “Fiz muitos exames, mas não descobrimos o que era. Da mesma forma que apareceram, os vômitos desapareceram do nada”, contou em entrevista ao portal Metrópoles.

O problema retornou, portanto, quando ela começou a sentir formigamentos nos pés, enquanto praticava esportes. Mais uma vez, não havia um diagnóstico concreto, que variava desde ser o tênis apertado até a uma reposição de vitaminas do corpo após a bruta perda de peso.

No entanto, a dormência foi se espalhando, subindo pelo seu corpo cada vez mais. Segundo ela, médicos já haviam descartado problemas vasculares e acreditavam ser, sim, neurológicos.

Problema neurológico causou doença rara em corredora

Cada vez mais, a dormecia atrapalhava a vida de Dani. Foi quando, ao não conseguir urinar por um dia inteiro, ela foi internada: “Encontrei ali um primeiro anjo. O médico perguntou porque eu estava arrastando as pernas, e contei minha história toda. Ele disse que a bexiga tinha a ver com a perna, e decidiu me internar no centro de tratamento de neurologia. Fiquei 33 dias no hospital. Nos primeiros três dias, perdi os movimentos da cintura para baixo, e começamos a fazer uma infusão de corticoide na veia para cessar a inflamação. Aos poucos, meus movimentos foram voltando”. Durante a internação, ainda, ela chegou até a perder os movimentos dos braços.

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A advogada chegou a ir para casa com o diagnóstico de deficiência da vitamina B12, porém retornou quando as dores se tornaram insuportáveis. “Voltei para o CTI. Não conseguia me mexer do peito para baixo, sem força, movimento ou sensibilidade. Fiz a ressonância e viram que a inflamação estava no tronco cerebral, se avançasse um pouco mais, estaria vegetando, ou até morta”, relembra.

Foi nesse momento, portanto, que um neurologista detectou sua condição rara; todas as características afirmavam ser Neuromielite Optica (NMO). Em exames, foi detectado negativo para anticorpos antiaquaporina 4, responsáveis pela doença.

Entenda a Neuromielite Optica

Muito confundida com a esclerose múltipla, a inflamação no cérebro então é causada pela ligação deste anticorpo com astrócitos, células que abastecem os neurônios. As lesões no órgão são autoimunes e não tem uma explicação: “O principal sintoma é a perda de visão súbita, que pode ser de um ou dos dois olhos, seguido de dificuldade para urinar, perda de força nas pernas associada à dor, pode causar náuseas e vômitos que não param mesmo com remédio”, explica o neurologista Felipe Von Glenn.

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Neuromielite Optica tem risco de morte e ainda não possui cura. Mas seu tratamento, com corticoides e remédios para dor, evolui diariamente e permite que, com controle, o paciente viva uma vida ‘estável’. Além disso, uma alimentação balanceada também é uma grande aliada na contenção de sintomas.