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Guta Stresser relata medo de ficar incapacitada por esclerose múltipla; É possível?

Neurologista explica se a esclerose múltipla, doença diagnosticada na atriz Guta Stresser, é considerada grave

Neurologista explica a esclerose múltipla, diagnóstico de Guta Stresser
Neurologista explica a esclerose múltipla, diagnóstico de Guta Stresser – Instagram/gutastresser e Unsplash/Milad Fakurian

Após Guta Stresser revelar o diagnóstico de esclerose múltipla, diversos artistas mandaram mensagens de apoio para a atriz que marcou o programa A Grande Família, com a personagem Bebel. Lucio Mauro Filho, que interpretou seu irmão como Tuco, expressou, em rede social: “Te amo minha irmã! Tô contigo!”.

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Ainda, sofrendo com a doença por mais de 20 anos, a atriz Claudia Rodrigues, enviou um vídeo para Guta dizendo como a esclerose é difícil: “Oi, Guta, tudo bem? Tudo bem não está. Essa doença é uma m*rda, ela vai acabando com a gente aos poucos, você tem que ter fé”. Na legenda, Claudia pediu para que Guta não desista nunca: “Você vai vencer como eu estou vencendo”.

Em meio ao seu relato para a revista Veja sobre a descoberta da esclerose múltipla, Guta expressou o medo de ficar incapacitada. Mas, antes de entender se essa condição é possível, a neurologista Dra. Inara Taís de Almeida explica que essa é uma doença neurológica. “O sistema imunológico ataca uma estrutura que envolve os neurônios chamada mielina”. Aliás, os sintomas da enfermidade surgem por conta desse processo.

GUTA STRESSER: A ESCLEROSE MÚLTIPLA PODE DEIXAR O PACIENTE INCAPACITADO?

Retornando ao receio declarado pela atriz Guta Stresser, a Dra. Inara, que também é membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, diz que a doença pode sim ser incapacitante. “Alguns sintomas são particularmente desconfortáveis, como incontinência urinária, dificuldade na visão e a fadiga que podem atrapalhar até mesmo a concentração”, explica a médica.

Com cerca de 40 mil brasileiros que vivem com a esclerose, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), a gravidade dos quadros podem ser bem variáveis. “É uma doença que se manifesta de forma heterogênea, ou seja, existem casos muito leves a casos muito graves. Então, cada pessoa pode ter uma forma da doença”, pontua a neurologista.

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COMO A ESCLEROSE MÚLTIPLA AFETA O DIA A DIA DO PACIENTE?

Lembra da caracterização da esclerose, explicada acima pela médica? É justamente aquele processo que é responsável pelos sintomas que uma pessoa com a doença pode sentir. O dia a dia de um paciente com esclerose múltipla pode ser afetado de diversas maneiras. “A pessoa pode apresentar alguma sequela de surtos prévios, como fraqueza muscular, dormência, dificuldade visual ou ainda pode sofrer com outros sintomas, como a fadiga, diz a Dra. Inara.

Aliás, conforme a neurologista, o próprio esquecimento de palavras simples, como “copo”, relatado por Guta, pode estar associado com a fadiga – um sintoma “muito comum na esclerose múltipla”. Após o diagnóstico, um dos tratamentos da atriz está sendo com medicamentos. A Dra. Inara explica que, além das mudanças no estilo de vida, o tratamento medicamentoso regula o sistema imunológico do paciente. “A maior parte dos medicamentos é disponível pelo SUS e também pelos seguros de saúde”, afirma.


Sobre a fonte:

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Dra. Inara Taís de Almeida – Neurologista e Neuroimunologista de São Paulo, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia. Graduação em Medicina pela Faculdade de Tecnologia e Ciências e residência médica na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fellowship clínico (especialização) em Neuroimunologia no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes na Universidade Federal de São Paulo – Unifesp.