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Após tragédia de barragem em Brumadinho, população sofre com alta exposição a metais pesados

Pesquisa da Fiocruz destacou que moradores de Brumadinho apresentam níveis elevados de metais pesados no organismo

População de Brumadinho exposta a metais pesados
População de Brumadinho exposta a metais pesados – Unsplash/Chris Yang

Em 2019, o Brasil foi palco de mais uma tragédia envolvendo o rompimento de uma barragem em Brumadinho, Minas Gerais. Com 272 vítimas e danos ambientais, os efeitos desse triste acontecimento são sentidos pela população da cidade até os dias de hoje. Uma pesquisa realizada pela Fiocruz Minas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), divulgada na quinta-feira, 07, mostra que os moradores do município sofrem com uma exposição grave a metais pesados.

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Arsênio, manganês, cádmio, mercúrio e chumbo: esses são os metais que foram encontrados tanto em adultos quanto em crianças e adolescentes. As taxas dessas substâncias no organismo são elevadas, encontradas tanto em amostras de sangue quanto de urina. No grupo infantil, por exemplo, de 0 a 6 anos, os pesquisadores encontraram pelo menos um metal acima do índice de referência em 50,6% das amostras urinárias.

EXPOSTOS A METAIS PESADOS, PESQUISADORES ALERTAM PARA PROBLEMAS DE SAÚDE NA POPULAÇÃO DE BRUMADINHO

Os efeitos dessa exposição na saúde chamam a atenção dos cientistas. O alerta vai desde doenças cardiovasculares e respiratórias até a saúde mental. Para se ter uma noção, 12,3% dos adolescentes entrevistados relataram que já foram diagnosticados com problemas como asma ou bronquite asmática. Essa taxa é ainda pior entre os moradores de regiões que foram expostas de maneira direta pelos rejeitos do rompimento da barragem, como o Parque da Cachoeira, onde 23,8% das pessoas destacaram sofrer com doenças crônicas.

“O período mais vulnerável para o desenvolvimento da criança é até os 4 anos. Se o ambiente onde esta criança está se desenvolvendo estiver contaminado é preciso atenção”, disse à Agência Fiocruz a pesquisadora Carmen Froés. Ainda, o pesquisador Sérgio Peixoto destacou a importância de um olhar mais atento para as regiões com maiores problemas de saúde que “podem estar relacionadas às condições ambientais, como água e ar, e que precisam ser melhor investigadas”. Ainda, ele explicou que há uma dinâmica. “No início do trabalho o problema principal era a lama, depois, a poeira, mais para frente será outra questão”.

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