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Agrotóxico cancerígeno é banido pela Anvisa, mas descontinuação será gradual

Veneno usado para matar fungo é cancerígeno, mas ainda atuará, por pelo menos um ano, em lavouras brasileiras

Veneno usado para matar fungo é cancerígeno, mas ainda atuará, por pelo menos um ano, em lavouras brasileiras
Além de descontinuação gradual, ele ainda continuará ser usado em tintas e vernizes – Freepik

Nessa segunda-feira, 08 de agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a proibição do agrotóxico cancerígeno carbendazim. O veneno age matando fungos de culturas como milho, soja e até a maçã.

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Há pouco mais de um mês, ele já havia sido suspenso, mas aguardava futuras atualizações. Mesmo assim, o produto já proibido nos EUA e Europa, por exemplo, ainda poderá atuar por mais um ano em lavouras brasileiras.

Segundo comunicado, a Anvisa permitiu que sua descontinuação seja gradual, evitando o desperdício do veneno cancerígeno. “Produtos adquiridos pelos agricultores, pessoas jurídicas ou físicas, e pelas indústrias de tratamento de sementes, destinados ao uso final, sejam utilizados até o seu esgotamento, respeitando-se o prazo de validade do produto”, afirma. De imediato, só está proibida sua importação, além do seu transporte em veículos de cabine aberta.

Em deliberações anteriores, por exemplo, o relator Alex Campos já afirmou os riscos que o agrotóxico apresenta: “A área técnica concluiu que o carbendazim induziu as quatro manifestações de toxicidade para o desenvolvimento: mortes, anomalias estruturais, alterações no crescimento e déficits funcionais. É por isso que a solução regulatória vai no sentido da proibição”.

Anvisa garante que descontinuação gradual de agrotóxico cancerígeno é a melhor opção

Durante comunicado, além disso, a Anvisa apontou que essa é a melhor medida para acabar com o uso do material no Brasil. “O carbendazim é classificado como altamente tóxico para organismos aquáticos (microcrustáceos e peixes) e altamente persistente no meio ambiente, e, na perspectiva do impacto ambiental, a incineração é geralmente mais preocupante do que o esgotamento do estoque dos produtos”, aponta comunicado.

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Mesmo assim, apesar da proibição no mundo do agronegócio, outras indústrias como a de tintas e vernizes ainda podem fazer o uso do carbendazim.