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Vírus da mononucleose pode desencadear Esclerose Múltipla, aponta estudo de Harvard

Pesquisadores analisaram que, de 801 pacientes com Esclerose Múltipla, 800 já foram infectados pelo vírus da mononucleose, a doença do beijo, em alguma fase da vida

Vírus da mononucleose pode desencadear Esclerose Múltipla, aponta estudo – FREEPIK

Uma pesquisa conduzida por cientistas da Escola de Saúde Pública TH Chan, de Harvard, nos Estados Unidos, revelou que a mononucleose, também conhecida como ‘doença do beijo’, por ser causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), transmitido pela saliva, é capaz de causar esclerose múltipla, doença degenerativa sem cura que afeta, aproximadamente, 2,8 milhões de pessoas ao redor do mundo.

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A relação entre as duas condições já havia sendo investigada há algum tempo, mas até então, não haviam conclusões sobre o tema. 

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“A hipótese de que o EBV causa EM tem sido investigada por nosso grupo e por outros há vários anos, mas esse é o primeiro estudo que fornece evidências convincentes de causalidade”, disse Alberto Ascherio, principal autor do artigo que foi publicado na revista Science nessa quinta-feira, 13 de janeiro.

Epstein-Barr é fator de risco para esclerose múltipla?

A pesquisa americana analisou os dados de 10 milhões de militares do país, coletados durante duas décadas, e descobriu que o risco de desenvolver esclerose múltipla é 32 vezes maior entre as pessoas que já foram infectadas pelo Epstein-Barr. A mesma relação não existe com outras doenças virais.

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“Estamos trabalhando com essa hipótese, que o Epstein-Barr seja um fator de risco para esclerose múltipla, há 20 anos”, expõe a cientista Kassandra Munger, co-autora do estudo.

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Os dados dos militares permitiram que os pesquisadores descobrissem que de 801 pacientes doença autoimune, apenas 1 deles não foi infectado pelo vírus.

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Também encontraram indícios de uma proteína que tem sua concentração aumentada no sangue após danos às células neurais apenas após a contaminação pelo Epstein-Barr, indicando que ela só aumentou após a infecção. “Essa é uma evidência forte de causalidade”, disse Munger ao site Live Science.

Outros estudos também já apontaram a presença de altos níveis de anticorpos contra o vírus da mononucleose em pacientes com Esclerose Múltipla, mas, até o momento, nenhuma pesquisa conseguiu demonstrar como Epstein-Barr atuaria no organismo para desencadear a doença autoimune.

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