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TOC: neuropsicóloga explica o que é e como o transtorno afeta vida de pessoas

O TOC é um transtorno psicológico, caracterizado por pensamentos obsessivos que por sua vez resultam em comportamentos compulsivos

TOC: neuropsicóloga explica o que é e como o transtorno afeta vida de pessoas
TOC: neuropsicóloga explica o que é e como o transtorno afeta vida de pessoas – Foto: Freepik

Segundo a doutora em Psicologia, Roselene Espírito Santo Wagner, para ser considerado TOC, os pensamentos ou rituais necessariamente devem estar prejudicando a qualidade de vida da pessoa, principalmente quando os rituais tomarem uma grande parcela de tempo da pessoa.

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“A palavra obsessão é frequentemente usada na fala quotidiana para indicar qualquer interesse ou preocupação que alguém considere extrema ou exagerada. Trata-se de uma definição bastante ampla e também subjetiva. Na psicologia, contudo, define-se a obsessão como pensamentos ou imagens intrusivos e recorrentes que um indivíduo considera indesejáveis ou desagradáveis e dos quais tenta se livrar”, explicou.

A profissional de saúde esclareceu que o comportamento pelo qual ele tenta se livrar é conhecido como compulsão.

“As obsessões e compulsões consomem tempo ou interferem de forma significativa nas rotinas diárias do indivíduo, no seu trabalho, na vida familiar ou social, e causam acentuado sofrimento. Cada vez mais se torna evidente que a maioria dos casos de TOC começam na infância ou na adolescência, e sua apresentação clínica é semelhante à dos adultos. A única alteração nos critérios diagnósticos para crianças, é que as crianças, não necessariamente, demonstram estar cientes de que seus pensamentos sejam irracionais”.

O que é a condição e quais as possíveis consequências?

Dra Leninha ainda explicou que, no transtorno obsessivo compulsivo, as obsessões são definidas por pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes sendo experimentados como intrusivos e inadequados.

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Eles causam acentuada ansiedade ou sofrimento; os pensamentos, impulsos ou imagens não são meras preocupações excessivas com problemas da vida real; a pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens, ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação; a pessoa reconhece que os pensamentos, impulsos ou imagens obsessivas são produto de sua própria mente (não impostos a partir de fora, como na inserção de pensamentos).

Já as compulsões, segundo a especialista, são definidas por comportamentos repetitivos (por exemplo, lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (por exemplo, orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que a pessoa se sente compelida a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas.

Os comportamentos ou atos mentais visam a prevenir, reduzir o sofrimento, evitar algum evento ou situação temida. Entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam a neutralizar ou evitar, ou são claramente excessivos.

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“Em algum ponto durante o curso do transtorno, o indivíduo reconheceu que as obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais”, disse.

O TOC de forma geral se divide em dois tipos:

O primeiro é o transtorno obsessivo compulsivo subclínico, em que as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa ou causam transtornos graves. Já o segundo é o transtorno obsessivo compulsivo propriamente dito. As obsessões ocorrem de forma insistente, levando a compulsão para alívio da ansiedade e angústia.

Os tipos mais importantes de manifestação de TOC são:

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1. TOC de contaminação;
2. Verificação exagerada;
3. Contagem compulsiva;
4. TOC de Acumulação;
5. Evitação e crença;
6. Pensamentos intrusivos e repulsivos;
7. Simetria e ordem;
8. TOC pré-natal ou Pós-parto;
9. TOC alimentar;
10. Autoafirmação de imagem.

Diagnóstico

O psicólogo ou médico psiquiatra são quem diagnosticam o transtorno obsessivo compulsivo, tomando por base os sintomas: a presença de obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões ou compulsões precisam tomar muito tempo e causar angústia significativa ou interferir com a capacidade funcional da pessoa

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Tratamento

O tratamento adequado e recomendado é a combinação de psicoterapia e medicamentos antidepressivos (inibidores seletivos de recaptação de serotonina, por exemplo, fluoxetina), sendo um tipo de antidepressivo, e a clomipramina, que é um tipo de antidepressivo tricíclico, costumam ser eficazes conforme explicou a psicóloga.