Saiba quais são as características de violência obstétrica

Conhecer seus direitos e todas as etapas do parto ajudam a gestante a lutar contra os abusos cometidos durante o pré-Natal, o parto, aborto ou pós-parto

Pontos que caracterizam violência obstétrica – Pexels/freestocks.org

O Brasil vem lutando há anos contra a misoginia, mas de um tempo para cá, um tema que antes era considerado rotina veio à tona como denúncia para ser debatido e combatido: a violência obstétrica. “Violência obstétrica é quando o processo fisiológico do parto se torna excessivamente medicalizado, quando a mulher não é respeitada física, psicológica e verbalmente. Quando se ultrapassam as recomendações científicas tanto em relação à assistência ao pré-natal quanto ao parto, através de uso exagerado de tecnologia em desrespeito ao processo fisiológico”, explica a enfermeira obstetra Cinthia Calsinski.

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CARACTERÍSTICAS DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

São muitas as formas de manifestação do problema, que pode ocorrer no pré-natal, no parto ou no aborto:

  • FÍSICA: a gestante é agredida fisicamente, é amarrada à maca, lhe aplicam ocitocina para estimular as contrações uterinas, aumentando o sofrimento materno, realizam episiotomia de rotina, usam fórceps de forma desnecessária, realização de toques indesejados ou feitos por múltiplos profissionais sem que eles se apresentem, entre outros.
  • PSICOLÓGICA: ameaças, chacotas, tortura psicológica, ofensas, piadas e todo tipo de humilhação à gestante. Também é violência obstétrica psicológica coagir a gestante a agendar a cesárea e negar informações sobre sua saúde e a do bebê. 
  • INSTITUCIONAL: quando o hospital recusa atendimento, impede a mulher de ter seus direitos realizados – seja no ambiente público ou privado, como negar acesso a um acompanhante.
  • SEXUAL: insinuações, cantadas, “ponto do marido”, comentários e chacotas quanto ao ato que engravidou a mulher, laqueadura sem consentimento.

“Todas essas situações são muito graves e passíveis de punição. E para que isso ocorra, a mulher precisa saber reconhecer seus direitos e as situações de violência obstétrica”, orienta Cinthia.

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COMO DENUNCIAR?

As denúncias podem ser feitas por meio do telefone 180 (Secretaria de Políticas para Mulheres), 136 (para denunciar hospitais públicos ou conveniados ao SUS para o Ministério da Saúde), para a ouvidoria da instituição, caso seja privada, ou para o 0800-701-9656 (ANS).

“O que não pode ocorrer é a mulher sofrer a violência obstétrica e se calar. Somente com a denúncia, a educação e a informação é que poderemos dar fim a este problema”, conclui a enfermeira obstetra.

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Sobre a fonte: 

Cinthia Calsinski é Enfermeira Obstetra; Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp; Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp; Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp; Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo e Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI). 

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