O sonho de engravidar é uma das lutas de pessoas trans, e por isso, especialista indica como reprodução assistida pode ser grande aliada nesses casos!
Em 2020, 4 milhões de brasileiros se declararam pessoas transgêneras ou não-binárias, segundo estudo da Universidade Estadual Paulista. Enquanto os transgêneros não se identificam com o gênero biológico, os não-binários são aqueles que se reconhecem dentro dos dois sexos, mas que não se identificam totalmente com um.
E diante tantas das lutas e conquistas do público LGBTQIA+, uma das mais procuradas atualmente é sobre quais os meios de uma pessoa trans, homem ou mulher, engravidar e constituir uma família. É daí que surge como grande opção as diferentes formas de reprodução assistida para os diversos casos de gravidezes trans.
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Desde 2008, quando os Estados Unidos registrou o primeiro caso de uma gestação transexual masculina, gravidezes transgênero têm se tornado cada vez mais comuns. Segundo o Dr. Nilo Frantz, especialista em reprodução humana, por não se reconhecer no próprio corpo, o homem trans pode passar por uma cirurgia de redesignação sexual retirando as mamas e órgãos femininos. Ainda assim, se manter os ovários e úteros, ele poderá gerar um filho, assim como uma mulher cis, a partir da fertilização in vitro.
Apesar disso, existem algumas questões a tratar com profissionais, antes da gestação em si. Uma das principais é sobre o uso da testosterona, enquanto gera o feto. Isso porque “se não houver a interrupção da medicação, pode ocorrer aborto ou alterações na genitália do bebê”, afirma o especialista. Além disso, após o parto, é necessário aguardar alguns meses para retomar a medicação para que o útero volte ao seu tamanho normal; uma vez que ele pode sofrer uma atrofia, se combinado com a testosterona.
Dr. Frantz também pontua como funciona caso o homem não deseje engravidar de maneira natural, mas sim deseja engravidar alguém. Desse modo, seus óvulos podem ser utilizados para gerar um embrião que será gerado por outra pessoa. Nesse caso, então, também deverá ser utilizada a técnica de fertilização in vitro.
Outra dúvida que o profissional esclarece é em relação à amamentação. “Se ele tiver mantido as mamas, o seio vai crescer como em qualquer outra gestação. Assim, poderá amamentar seu filho biológico sem problemas”, afirma o médico. Mas caso seja mastectomizado não poderá amamentar. Porém, existem inúmeras possibilidades para poder realizar a amamentação.
“A mulher transgênero é a pessoa que nasceu com pênis, cresceu com as transformações causadas pela testosterona, mas se identifica com o gênero feminino”, explica o profissional. “E, por não possuir os órgãos do aparelho reprodutivo feminino, a mulher trans não pode engravidar”.
Frantz, então, pontua que mesmo não podendo gestar, existem formas de que uma mulher trans possa ter um filho biológico. “Ela pode engravidar através da relação sexual com uma pessoa que tenha o aparelho reprodutor feminino, como uma mulher cis ou um homem trans”, conta.
“Além disso, a partir da coleta de esperma é possível também chegar a uma gravidez com técnicas de reprodução assistida como a Inseminação Artificial ou a Fertilização In Vitro”. A doação ou congelamento do esperma da mulher trans, porém, deve ser feita antes de iniciar tratamentos com hormônios femininos; uma vez que eles podem interferir no processo.
Por fim, o profissional pontua que atualmente existem estudos de transplante de útero, para que a gestação da mulher trans seja possibilitada. Ainda assim, mesmo já sendo realizado em algumas mulheres ao redor do mundo, não existem casos de cirurgias em mulheres trans, pela dificuldade e desafios que poderiam ser enfrentados.
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