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Remédios aumentam dores nas costas ao invés de aliviá-las, aponta estudo

Novo estudo afirma que alguns remédios indicados para o alívio de dores nas costas, na realidade, as prolongam, desenvolvendo-se uma dor crônica; a pesquisa foi publicada na revista Science Translational Medicine

Novo estudo afirma que alguns remédios indicados para o alívio de dores nas costas, na realidade, as prolongam, desenvolvendo-se uma dor crônica
Remédios aumentam dores nas costas – Pexels / Michelle Leman

Um estudo publicado na revista Science Translational Medicine aponta que remédios indicados para a redução de dores nas costas acabam prolongando, ao invés de solucionarem o problema. Segundo os responsáveis, os tratamentos com anti-inflamatórios não esteroides são os responsáveis por isso.

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A pesquisa, portanto, analisou dados de mais de 500 mil pacientes pelo mundo todo. Assim, perceberam que “anti-inflamatórios sem esteroides bloqueiam a ação das prostaglandinas —  grupos de lipídios que atuam em diferentes processos orgânicos, incluindo a inflamação”, afirma Lucas Lima, um dos brasileiros responsáveis pelo estudo. Ou seja, ao invés de tratar a dor durante a crise aguda, acaba a transformando em uma dor crônica.

Quais remédios aumentam as dores nas costas?

Um dos anti-inflamatórios analisado foi o ibuprofeno, muito comum para a causa no mundo todo. E para a surpresa de muitos, Lucas revela: “Comparamos com outros analgésicos, que não são anti-inflamatórios, usados para a dor, como o paracetamol e antidepressivos. Mas só o ibuprofeno mostrou essa correlação com o aumento da dor crônica”.

Apesar disso, o estudo analisou fatores genéticos que também poderiam influenciar na propensão de se desenvolver as dores. A partir da análise do sangue dos pacientes que apresentavam dores agudas foi possível entender que aqueles que desenvolveram a dor crônica não ativaram genes protetivos para a dor: “Aparentemente, nada aconteceu. É como se o sistema imune tivesse estagnado, sem nenhuma alteração”, conta Lucas Lima.

Por isso, o estudo agora está em uma nova fase, buscando novas medidas protetivas para as dores durante a crise aguda, em combinação com os fatores genéticos.

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Assim, por agora, o pesquisador aponta: “O ideal é tratar a dor sem anti-inflamatórios. O processo inflamatório tem a função de remover bactérias, infecções e células mortas, para então promover o reparo tecidual. Interferindo nesse processo, você impedirá que o corpo desenvolva seu procedimento normal de reparo dos tecidos e resolução da dor”.