Refluxo oculto nos bebês: o que é, quais são seus sintomas e tratamentos?
Condição muito comum nos primeiros anos de vida do bebê, refluxo oculto incomoda e gera problemas, apesar de não ser grave
Condição muito comum nos primeiros anos de vida do bebê, refluxo oculto incomoda e gera problemas, apesar de não ser grave
Muitos bebês acabam sofrendo com refluxo oculto sem nem saber. A condição que não provoca nenhum problema grave, ainda assim gera desconforto e incômodos difíceis de diagnosticar nos primeiros anos de vida.
Segundo a médica pediatra Luciana Gualberto Rocha, o refluxo é consequência, principalmente, da imaturidade dos mecanismos anti-refluxo. Além disso, os bebês têm uma alimentação predominantemente líquida, frequente e, ainda por cima, na posição horizontal, contribuindo para que ele aconteça.
Mas como consigo identificar se o incômodo do meu bebê é refluxo oculto? A pediatra ainda explica, portanto, que os principais sintomas em lactantes de até dois anos são: horo excessivo, irritabilidade, distúrbios do sono, agitação e recusa da dieta. Se a criança já for mais velha, ela pode se queixar de queimação sobre o estômago, dor no peito, dor abdominal, dor durante a alimentação e excesso de salivação.
“Existem bebês que regurgitam de 10 a 15 vezes ao dia, felizes, sem desconforto e não choram excessivamente. Existem também, bebês que quase não regurgitam e que possuem muitos outros sintomas tão estressantes quanto.” explica a especialista. “Neste último grupo, devemos ter muito cuidado na avaliação, já que muitas vezes os sintomas não são relacionados ao refluxo”.
Existem diferentes tipos de tratamento para o refluxo: medidas posturais, dietéticas e tratamento com medicamentos.
As mais simples, portanto, são as medidas posturais, em que basta os pais e/ou responsáveis elevarem a cabeceira da cama em um ângulo de 30 a 45º e sempre colocarem o bebe deitado do lado esquerdo.
Se necessário as mudanças dietéticas, Dra. Luciana recomenda: manter o aleitamento materno exclusivo, ou caso o bebê receba leite em pó, fracione as mamadeiras, engrosse o leite ou procure uma formulação mais adequada. Além disso, as mamadas devem acontecer em posição semi-elevada e, depois, esperar pelo menos quarenta minutos para deitá-lo.
Por fim, o tratamento mais intensivo seria com medicamentos, sempre realizado por médicos. “São medicamentos que inibem a secreção ácida proveniente do estômago, causadora de muitas complicações. Além de remédios que possam tonificar a válvula que se localiza entre o esôfago e o estômago“, explica.
A melhora começa a aparecer quando o bebê completa 12 meses ou até no máximo 18 meses. O refluxo gastroesofágico na infância, geralmente, tem um pico entre o quarto e quinto mês de vida, apresenta melhora no segundo semestre e desaparece totalmente até os dois anos.