Psicólogo analisou o perfil do anestesista estuprador que chocou o Brasil na última semana, 11 de julho, e deu detalhes sobre caso do narcisista e sociopata
Na última semana, 11 de julho, o Brasil foi surpreendido com o caso chocante do anestesista Giovanni Quintella, que estuprou uma paciente durante seu parto. Desde então, além de mais vítimas do paciente, o caso abriu olhares de psicólogos e especialistas sobre o comportamento.
Segundo relatos, o homem já apresentava o comportamento duvidoso, que gerou alerta. O psicólogo André Barbosa, que analisou o caso, identificou um comportamento de ego-inflado, narcisista no anestesista.
Assim, “aparentemente, ele manipulava as pessoas, já que cometia os crimes em um hospital, não tinha empatia, nem receio”, explica o profissional. “No momento da voz de prisão, ele apenas esboçou uma pequena surpresa (levantou apenas a sobrancelha)”.
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Com a repercussão do caso, André Barbosa explica a identificação de Giovanni Quintella como um sociopata, dificultada sem exame físico. “O sociopata possui uma atrofia na amígdala – estrutura cerebral que regula parte de nossas emoções e conexão externa – entre elas: o medo”, conta. Mas analisou o comportamento, associado ao do estuprador: “Isso faz com que o sociopata seja uma pessoa fria, calculista. Sendo que eles aprendem, se precisar, a fingir emoções para se conectar as pessoas que seja do seu interesse”, conta.
No entanto, ao analisar o comportamento do anestesista, ele relata: “Diferentemente das outras pessoas, que ganham confiança de outras pessoas, pela natureza da relação, de forma espontânea, o sociopata faz disso um objetivo. Todos os movimentos dele é calculado para ganhar confiança”.
Por fim, ele explica que um estudo britânico de 2018 mostra que, por conta do comportamento e essa busca de confiança, sociopatas buscam determinadas profissões em que se destacam. São elas “advogados, apresentadores de TV e rádio, vendedores, cirurgiões e profissionais de saúde no geral, jornalistas, policiais e pessoas do clero”.
“Eu sou a favor de que todos profissionais da área da saúde, incluindo da saúde mental, para ser habilitado a exercer sua função, deveriam fazer uma bateria de testes para detectar se existe naquele profissional algum distúrbio de personalidade, fortes tendencias de perversidade ou sadismo”, finaliza.
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O psicólogo e escritor Dr. André Barbosa é formado em psicologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor), especializado em terapia cognitivo-comportamental pela UniChristus, graduado em Administração e Marketing pela Estácio e em Business Communication pela Universidade de Cambridge no Reino Unido. Também é autor de 6 livros sobre depressão, comportamento, qualidade do sono e desafios emocionais, ciúmes e transtorno de personalidade boderline. Já foi colunista no Jornal Tribuna do Ceará. Além disso, é professor do curso de Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental da IEMB e professor de inteligência emocional da MEGE.
