O que causou a morte misteriosa de pombos em São Paulo? Após três anos, cientistas descobrem motivo
Pombos caíram mortos em São Paulo, em 2019, poucos dias antes do céu da capital paulista se transformar em noite quando ainda era dia
Pombos caíram mortos em São Paulo, em 2019, poucos dias antes do céu da capital paulista se transformar em noite quando ainda era dia
Parecia uma cena de filme de terror quando, poucos dias antes do céu de São Paulo se transformar em noite quando ainda era dia, pombos começaram a cair mortos do céu em agosto de 2019. Com as fortes queimadas que se alastravam pela Amazônia na época, os efeitos climáticos foram sentidos com força na capital paulista, em que a poluição deixou a cidade escurecida quando ainda era 15h da tarde. Com isso, uma das hipóteses com o evento dos pombos estava ligada justamente às queimadas, mas quase três anos depois os cientistas descobriram o verdadeiro motivo.
Um vírus, conhecido como vírus da doença de Newcastle (NDV), foi a verdadeira causa do episódio que matou dezenas de pombos em São Paulo. “As aves afetadas apresentaram sinais neurológicos e foram observadas hemorragias em diferentes tecidos”, explicaram cientistas brasileiros no estudo sobre o caso, publicado na revista científica Viruses.
Denominado de VI.2.1. 2, o vírus parece estar circulando no Brasil há mais tempo do que se imagina, desde 2014. Ainda, conforme os pesquisadores, o NDV é capaz de infectar mais 250 espécies de aves e, apesar de raro, também pode contaminar humanos que tiverem contato com animais enfermos. Com o evento de 2019, 27 das 34 amostradas coletadas apresentaram positividade para o vírus da doença de Newcastle.
Além dos sinais relatados acima, os cientistas também destacaram “alterações histopatológicas com infiltração de células inflamatórias mononucleares também foram encontradas no cérebro, rim, proventrículo, coração e baço”. Os especialistas alertaram que é preciso estar atento ao vírus, por conta de seu risco zoonótico. “A vigilância do vírus em pombos selvagens também deve ser realizada sistematicamente em áreas urbanas”, concluíram.