Mulheres negras sofrem diferentes sintomas durante menopausa e climatério
Pouco falado pela sociedade médica, mulheres negras apresentam alguns sintomas diferentes durante a menopausa e o climatério e acabam sofrendo pela falta de informação
Pouco falado pela sociedade médica, mulheres negras apresentam alguns sintomas diferentes durante a menopausa e o climatério e acabam sofrendo pela falta de informação
A pausa da menstruação ocorre, geralmente, entre os 45 e 55 anos. Mas, assim como durante os ciclos, as mulheres tendem a sofrer com uma série de sintomas da popular menopausa. Dentre eles, está o climatério — quando o corpo passa pela transição, deixando seu processo reprodutivo e passando a ser não reprodutivo.
Por ser exclusivo às mulheres, poucos estudos ainda entendem profundamente esses processos. Principalmente, quando analisadas mulheres pretas.
Em entrevista ao portal Vogue, portanto, a ginecologista Dra. Cecília Pereira conta das peculiaridades da menopausa e climatério de mulheres negras, que tendem a agir de diferente forma que os corpos brancos.
A especialista alerta, principalmente, para os riscos de menopausa precoce: “Entrar nesta fase cedo, aos 40 anos ou antes, significa mais tempo com baixa de estrogênio, o que leva a uma maior propensão para doenças cardiovasculares, como infarto e AVC e também osteoporose”.
A queda do estrogênio também causa outros problemas como uma TPM mais intensa, maior irritação, ansiedade e tristeza.
Além disso, ela conta que os fogachos (as ondas de calores causadas pelo climatério) são mais frequentes e podem durar até pós esse processo. O mesmo acontece com a depressão e distúrbios do sono associados à menopausa.
Para ela, portanto, para possíveis tratamentos que diminuam os sintomas é importante um contato fiel com médicos e especialistas que entendam, diretamente, a condição de mulheres negras.
“É preciso saber que a reposição (hormonal) tem muito a ver com a incidência de outras patologias e é imprescindível conhecê-las antes de iniciar qualquer tratamento. Por exemplo: as mulheres negras têm uma incidência maior de miomatose (miomas) e uma maior ocorrência de tumores de mama mais agressivos. Por isso, a escolha da reposição e do tipo de hormônio que pode ser oferecido a essa mulher precisa ser estudado minuciosamente, a partir de seu histórico de saúde e familiar desta mulher”, finaliza a ginecologista.