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Infecção que ‘come’ o músculo? Homem quase morre por conta de arranhão no joelho

Britânico de 31 anos quase perdeu parte da perna e até mesmo sua vida, após um simples arranhão provocado por uma queda na rua

Homem de 31 anos quase perdeu parte da perna e até mesmo sua vida, após um simples arranhão provocado por uma queda na rua
Infecção grave pode matar quando não tratada prontamente – Instagram/@stttnlll

Quem nunca levou aquele ‘arranhãozinho’, após uma queda na rua? Saiba que você deve ficar muito atento quando algo assim acontecer e o britânico Scott Neill é a prova viva disso. Isso porque, em um dia comum, o homem estava voltando para casa, quando se desequilibrou, caiu e acabou com um ‘simples’ arranhão seu joelho.

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Em entrevista a BBC, o homem contou que só percebeu a gravidade do ferimento horas depois do ocorrido. “Notei que algo estava errado. Ao final daquele dia, minha perna tinha quase dobrado de tamanho de tão inchada que estava”, relembra.

O jovem de 31 anos buscou o hospital, onde foi logo internado e, desde então, precisou passar por seis cirurgias. “Chorava de dor, implorando para ser levado ao hospital”, conta.

Qual a infecção que quase matou homem com arranhão, após simples tombo?

Segundo os médicos responsáveis do caso, Scott sofreu com fasciíte necrosante. “A fasciíte necrosante se desenvolve a partir de um germe, que encontra um modo de entrar no corpo, como o arranhão”, explica Marina Morgan, especialista no tema. “Se o sistema imune estiver fraco ou nunca estiver enfrentado esse germe antes, não terá os anticorpos para combatê-lo, causando a doença”.

A fasciíte, portanto, acaba liberando toxinas ao ‘comer’ o tecido local, atingindo o sistema imune e provocando náusea, vômitos, diarreia, febre, confusão mental, dor e bolhas pretas pela pele.

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Dependendo da gravidade da infecção, o paciente pode perder o membro atingido, ou até mesmo a vida, já que o germe pode atingir o sangue, provocando sepse e falência de órgãos.

No caso de Scott Neill, com seis cirurgias conseguiram remover o tecido necrosado e reparar as lesões, a partir de tecidos retirados de suas costas e, posteriormente, de sua panturrilha. “Foi muito difícil, chorei bastante ao olhar para o meu corpo e achá-lo completamente diferente”, conta o paciente.

Especialista faz alerta sobre arranhão e indica procedimento pós queda

Com a repercussão do caso do britânico, Marina Morgan ainda deixou um alerta sobre esses pequenos ‘arranhõezinhos’ que às vezes podem passar despercebidos e desenvolvem doenças graves como essa. Como ele, de início, provoca dor, a médica indica fazer o uso de analgésicos. Se isso não resolver, procure um médico para examinar a possibilidade de ser um caso de fasciíte necrosante.

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Apesar disso, a especialista alerta que muitas pessoas não sofrem com a condição, uma vez que já tem anticorpos desenvolvidos para esse germe. “As pessoas podem ficar imunes porque tiveram contato prévio com o germe na amigdalite infantil, que não é um grande problema. Daí essas crianças crescem com anticorpos e nunca ficam doentes (com a fasciíte)”, revela.

Scott Neill sofreu o acidente em maio de 2021 e hoje já está quase 100% recuperado fisicamente, com fisioterapias e exercícios, mas não deixa de alertar sobre os traumas psicológicos que a doença causa. “Muitas pessoas acabam sofrendo de estresse pós-traumático. Então é importante ter consciência dos sinais, já que o diagnóstico precoce e o tratamento são tão importantes”, finaliza.

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