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Imunoterapia: entenda o tratamento que Celso Portiolli fará para combater e prevenir câncer

Além de Celso Portiolli, outros famosos já recorreram à imunoterapia como tratamento a tumores

Entenda o que é a imunoterapia, tratamento que Celso Portiolli fará para combater o câncer – Instagram/ @celsoportiolli

O apresentador do SBT Celso Portiolli revelou nesta terça-feira, 28, que no início de dezembro retirou um câncer na bexiga, ainda em estágio inicial, e que fará um tratamento chamado imunoterapia para combater e prevenir uma possível reincidência ou avanço da doença para outros órgãos do corpo.

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Outros famosos também já se submeteram ao tratamento após serem diagnosticadas com câncer, como Ana Maria Braga, Glória Maria Rita Lee.

IMUNOTERAPIA: entenda mais sobre o que é o tratamento

Celso Portiolli retirou o tumor e está curado, mas informou que iniciará a imunoterapia para frear um possível avanço do câncer para outros órgãos. 

Apesar de pouco conhecida, a imunoterapia já é amplamente utilizada para o tratamento de diversos tipos de câncer com vantagens sobre a quimioterapia, já que, ao invés de atacar diretamente as células cancerígenas, ensina o sistema imune a combater os tumores por conta própria.

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“A imunoterapia é uma modalidade inovadora de combate ao câncer, já que, ao contrário da quimioterapia e das terapias alvo moleculares, não ataca diretamente as células cancerígenas, mas sim confere meios para que o sistema imune reconheça o tumor como um corpo estranho e volte a atacá-lo”, explica o Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA).

Realizada em centros especializados através da aplicação intravenosa ou subcutânea, a imunoterapia age então treinando o sistema imunológico para que, por si só, atue no tratamento do câncer. “O sistema imune do organismo está sempre atento para combater processos infecciosos, agentes estranhos e células que possuem a possibilidade de tornarem-se câncer. Mas hoje sabemos que as células cancerígenas têm a habilidade de se esconderem do sistema imune. É através dessa sua capacidade que os tumores conseguem, em parte, crescer livremente, tornando-se cânceres. Mas, a partir do momento em que entendemos como as células cancerígenas realizam esse processo, conseguimos, por meio da imunoterapia, fazer com que o sistema imune volte a reconhecer o câncer e a combatê-lo. E os resultados são muito animadores”, destaca o especialista.

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IMUNOTERAPIA X QUIMIOTERAPIA

É justamente nesse ponto que a imunoterapia se diferencia dos demais métodos atualmente utilizados para o tratamento do câncer, como a quimioterapia. “O objetivo da quimioterapia é atuar diretamente na célula cancerígena. O problema é que células que se multiplicam rapidamente também acabam sendo alvos da quimioterapia, o que faz com que esse tipo de tratamento interfira em outros órgãos, explicando os diversos efeitos colaterais que proporciona, como a queda capilar, náusea ou diarreia”, afirma o neuro-oncologista. “A imunoterapia, por sua vez, age de maneira mais inteligente, ensinando o sistema imune a reconhecer as células cancerígenas para estabilizar ou melhorar progressivamente o quadro de tumor, o que não quer dizer, porém, que não possua efeitos colaterais, já que, por ativar o sistema imune, pode gerar um processo inflamatório em qualquer tecido do organismo, incluindo o cérebro. Mas, felizmente, podemos controlar grande parte desses sintomas quando identificados precocemente.”

IMUNOTERPIA: QUALQUER UM PODE SE SUBMETER AO TRATAMENTO?

A imunoterapia não é recomendada para qualquer paciente. “Alguns fatores devem ser levados em consideração antes da recomendação da imunoterapia, incluindo mutações que favorecem o tratamento, o que pode ser investigado através de exames solicitados pelo neuro-oncologista ou oncologista, conhecimento prévio de que a imunoterapia funciona no tumor em questão e gravidade da doença. Mas estamos identificando cada vez mais biomarcadores que vão ajudar a selecionar pacientes com boas possibilidades de responder à imunoterapia”, diz o médico Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella. Além disso, o custo da imunoterapia tende a ser mais elevado, um dos motivos que faz com que esse tipo de tratamento ainda não seja tão conhecido pelo público geral.


FONTE: DR. GABRIEL NOVAES DE REZENDE BATISTELLA

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Médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA). Formado em Neurologia e Neuro-oncologia pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, hoje é assistente de Neuro-Oncologia Clínica na mesma instituição. O médico é o representante brasileiro do International Outreach Committee da Society for Neuro-Oncology (IOC-SNO).