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Estudo: mulheres possuem mais risco de morte em cirurgias feitas por homens

Conforme o estudo, mulheres operadas por homens têm mais chances de passar por um pós-operatório mais sofrido

Estudo sobre mulheres operadas por homens – Freepik/wavebreakmedia_micro

Durante uma operação, se uma paciente mulher passa por um procedimento cirúrgico com um homem, as chances de ela ter um pós-operatório mais sofrido é maior do que em pacientes homens sendo tratados por um profissional do mesmo sexo. Pode parecer espantoso, mas é justamente isso que aponta um estudo publicado no Jama Networking.

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Os pesquisadores colheram dados de mais de 1,3 milhões de pacientes com mais de 18 anos que passaram por cirurgias entre 2007 e 2019, em Ontário, no Canadá. Os procedimentos observados vão desde cirurgias para perda de peso ou remoção de apêndice até operações de aneurisma. 

Com isso, foi constatado que as mulheres possuem uma taxa maior de sofrerem com resultados negativos após realizarem uma cirurgia com homens. “Na nossa amostra de 1,3 milhões de pacientes, envolvendo cerca de três mil cirurgias, descobrimos que pacientes femininas tratadas por cirurgiões homens tiveram 15% mais chances de resultados piores do que pacientes mulheres tratadas por cirurgiãs mulheres, disse ao The Guardian a epidemiologista clínica da Universidade de Toronto e co-autora do estudo, Dra. Angela Jerath.

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MULHERES OPERADAS POR HOMENS TÊM MAIS CHANCES DE MORRER

O cenário é preocupante e deixa evidente o machismo na sociedade e a vulnerabilidade da mulher diante disso. E o risco da operação feita por um homem vai além: conforme o estudo, 32% das pacientes possuem mais chances de morrer

Cerca de 20% das mulheres que realizaram cirurgia cardiotorácica com um cirurgião do sexo oposto tiveram algum efeito adverso, em comparação do mesmo procedimento feito uma profissional feminina – 18%. Ainda, o tempo de estadia no hospital também pode ser maior em 20%

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Para a Dra. Angela Jerath, uma das explicações é o viés sexual que está implícito, fazendo com que cirurgiões homens realizem procedimentos com preconceitos e estereótipos. “Demonstramos em nosso artigo que estamos falhando com algumas pacientes femininas e que algumas estão, desnecessariamente, ficando para trás com efeitos adversos e, às vezes, fatais”, disse a cientista.