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Estudo Mosaico de vacina preventiva contra o HIV chega ao Brasil

Alguns hospitais já começaram as visitas de triagem de participantes

Estudo Mosaico de vacina preventiva contra o HIV chega ao Brasil – Freepik

Sabia que desde que a pandemia de HIV foi reconhecida, na década de 1980, os pesquisadores tentam desenvolver uma vacina contra esse vírus?

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Já foram testadas diversas candidatas, sendo a maioria delas com resultados pouco animadores, por não mostrarem nenhuma proteção ou até mesmo por aumentarem o risco da aquisição do HIV.

A única vacina experimental que até hoje demonstrou alguma eficácia na prevenção do problema foi a ALVAC/AIDSVAX, cujos resultados do ensaio clínico de fase 3 foram publicados em dezembro de 2009. Nesse estudo, conduzido na Tailândia com mais de 16 mil participantes, houve redução de cerca de 30% nas infecções entre os indivíduos vacinados, quando comparados com os que receberam placebo. 

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MUDANÇAS 

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Agora pode ser que as coisas comecem a mudar nesse cenário. Uma nova vacina, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos EUA, conseguiu a proteção inédita de 67% em experimentos realizados com macacos.

Ela utiliza como vetor o Adenovírus 26, um vírus inofensivo aos seres humanos, usado na vacina apenas para carregar enxertado no seu material genético as informações para a produção de proteínas do HIV. Depois de injetado em uma pessoa, esse vírus vai ser replicar e produzir essas proteínas do HIV, provocando uma resposta de defesa contra elas e contra o HIV, sem que essa pessoa tenha tido qualquer contato com o vírus verdadeiro.

Em seres humanos, já existem estudos mostrando que essa nova vacina não tem efeitos colaterais graves e que consegue induzir a produção de anticorpos de maneira satisfatória entre os vacinados. Resta agora saber se esses anticorpos podem proteger de uma infecção por HIV tão bem quanto protegeu os macacos.

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Para responder a essa dúvida, dois grandes ensaios clínicos estão sendo realizados simultaneamente para testar a eficácia protetora da vacina. O primeiro deles se chama Imbokodo, estudo que incluiu, entre 2017 e 2019, 2.637 mulheres cisgênero de 18 a 29 anos de idade na África do Sul, Zimbábue, Moçambique, Zâmbia e Maláui. Todos eles países que têm uma epidemia de HIV concentrada entre mulheres cisgênero heterossexuais. 

ESTUDO MOSAICO

Agora, um segundo estudo chamado Mosaico pretende recrutar 3.800 homens gays ou bissexuais, e pessoas transgênero nas Américas e Europa, regiões que apresentam a epidemia concentrada nesses grupos.

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Nos dois estudos, os participantes incluídos devem ser considerados vulneráveis ao HIV. Eles serão sorteados para receber aleatoriamente as quatro doses da vacina experimental ou de placebo. Receberão também todo o suporte atualmente disponível para a prevenção do HIV e serão acompanhados por cerca de 2 anos, fazendo testagens trimestrais para esse vírus.

No Brasil, o estudo Mosaico vai recrutar participantes em São Paulo (no Hospital das Clínicas da FMUSP, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e no CRT DST Aids), no Rio de Janeiro (na Fiocruz e no Hospital Geral de Nova Iguaçu), em Belo Horizonte (na UFMG), em Manaus (na Fundação Medicina Tropical) e em Curitiba (no Centro Médico São Francisco).

Alguns desses centros já até começaram as visitas de triagem de participantes.

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