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Esclerose Múltipla: entenda o que é e quais os cuidados que previnem o avanço da doença

Na esclerose múltipla, existem alguns pacientes que passam anos sem ter qualquer manifestação clínica e outros que já iniciam a doença de uma maneira mais agressiva e progressiva

Esclerose Múltipla: entenda o que é e quais os cuidados que previnem o avanço da doença
Esclerose Múltipla: entenda o que é e quais os cuidados que previnem o avanço da doença – FREEPIK/ kjpargeter

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença autoimune, inflamatória, desmielinizante e crônica que acomete o Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Predominante em adultos jovens, sendo a faixa etária de maior incidência, em média, dos 20 aos 40 anos, essa é uma doença complexa que envolve diversos mecanismos fisiopatológicos, sendo, portanto, de causa multifatorial. No Brasil apresenta uma prevalência de cerca de 15:100.000 habitantes, sendo maior o acometimento de mulheres (cerca de 3 para cada homem).

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É chamada de autoimune e desmielinizante, pois o sistema imune (de defesa) do paciente acaba reconhecendo a “capa” (bainha de mielina) do neurônio como um corpo estranho e manda células que a atacam e machucam. Isso acarreta a inflamação nessa bainha de mielina, e consequentemente as lesões que aparecem nos exames de imagem (ressonância magnética) dos pacientes acometidos.

“As lesões desmielinizantes levam a um quadro clínico bastante variável, com manifestações clínicas diversas, como, por exemplo, perda de força em um ou mais membros, vertigem (tontura), desequilíbrio, alteração visual, formigamentos (alteração da sensibilidade no corpo), que variam de acordo com a localização dessas lesões”, disse a neurologista Mirella Fazzito.

Esclerose Múltipla: como a doença avança?

Conforme ela, a evolução da doença, sintomas, gravidade e quantidade de sequelas não são uniformes e variam entre todos os pacientes. Mirella declarou que existem alguns pacientes que passam anos sem ter qualquer manifestação clínica e outros que já iniciam a doença de uma maneira mais agressiva e progressiva.

Essas manifestações clínicas ocorrem, em sua maioria, sob a forma de surtos, que se caracterizam por sintomas neurológicos objetivos, relatados pelo paciente e observados no exame neurológico clínico, com duração mínima de 24 horas. “Os sintomas são decorrentes dessa agressão à bainha de mielina no neurônio e sua consequente inflamação”, completou.

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Diagnóstico

O diagnóstico da Esclerose Múltipla não é simples, sendo muito importante uma história clínica bem-feita, detalhada, um exame neurológico adequado além de exames complementares. Segundo a neurologista, é essencial que sejam descartadas outras doenças que possam mimetizar o quadro da EM, através dessa história clínica detalhada, do exame físico e dos exames complementares, como ressonância magnética cerebral e medular (exames de imagem) e coleta de líquido cefalorraquidiano, onde podemos verificar a presença de alguns marcadores da doença.

“Essa é uma doença crônica e sem cura até o momento, mas que pode ser controlada com o uso de medicamentos específicos, que agem no sistema imune do paciente, buscando a redução de lesões bem como o controle da taxa de surtos (sintomas)”, garantiu.

A doutora explicou também que existem outros medicamentos também que visam melhorar a qualidade de vida dos pacientes, agindo no controle dos sintomas associados, como, por exemplo, a fadiga (cansaço), dores, formigamentos. Mas é importante ressaltar a importância da terapia multidisciplinar nesses pacientes.

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“A reabilitação motora, atividade física regular, fisioterapia, terapia ocupacional, entre outras, são extremamente eficazes na melhora da qualidade de vida e redução das sequelas e sintomas dos pacientes, bem como uma alimentação saudável e hábitos de vida saudáveis (evitar álcool, alimentos que aumentam atividade inflamatória corporal, tabagismo, uso de drogas). Além disso, um acompanhamento psicológico costuma ser imprescindível para que o paciente consiga conviver, da melhor maneira possível, com a sua doença”, mencionou.

“Com os cuidados médicos, medicamentos e terapias complementares os pacientes conseguem manter sua vida com qualidade. Não deixe de realizar seu acompanhamento e tratamento adequados. A Esclerose Múltipla não te controla, mas você pode controlá-la”, emendou.

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Sobre Doutora Mirella Fazzito

Mirella Fazzito é uma Neurologista na Empresa Araújo e Fazzito e membro do EM plus. Ela possui título de especialista pela Academia Brasileira de Neurologia, é Fellow em Neuroimunologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Neurologista do Hospital Sírio Libanês e Hospital BP Mirante, além de Neurologista do Hospital Estadual de Diadema.

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