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Demência frontotemporal: condição pode afetar o comportamento e as capacidades linguísticas

Saiba os principais sintomas e como lidar com a demência frontotemporal, doença diagnosticada no ator Bruce Willis recentemente

Demência frontotemporal: condição pode afetar o comportamento e as capacidades linguísticas
Demência frontotemporal: condição pode afetar o comportamento e as capacidades linguísticas – Reprodução/Instagram/@doblebruce

Menos de 1 ano após divulgar que Bruce Willis foi diagnosticado com afasia, recentemente, a família do ator informou que, agora, descobriu um diagnóstico mais específico: a demência frontotemporal. O protagonista do filme Duro de Matar está com a carreira em pausa desde abril do ano passado para cuidar da saúde.

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Em entrevista à Viva Saúde Digital, a neurologista e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, Dra. Inara Taís de Almeida, explica que a demência frontotemporal muda significativamente o comportamento e a personalidade do paciente.

“Refere-se a um grupo de doenças que envolvem a deterioração dos lobos frontal e temporal do cérebro. À medida que essas áreas se deterioram, você perde as habilidades que essas partes controlavam”, esclarece a neurologista.

Veja os principais sintomas da demência frontotemporal

Normalmente, as pessoas diagnosticadas com o distúrbio apresentam comportamentos diferentes, até agressivos. As mudanças na personalidade são perceptíveis, podendo acarretar obsessividade. Conforme a doença progride, novos sintomas podem surgir.

“Os principais sintomas são apatia, perda de empatia, comportamentos compulsivos, mudanças na dieta ou comportamentos centrados na boca e perda da função executiva”, acrescenta a Dra. Inara.

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Como o diagnóstico é feito?

A especialista esclarece que é possível descobrir a doença por meio do histórico do paciente, além de um exame feito pelo neurologista. Testes de imagem também podem auxiliar no processo.

“Geralmente o diagnóstico é feito por um neurologista baseado em seu histórico médico e em um exame físico e neurológico (onde um profissional de saúde procura sinais e sintomas de um problema relacionado às funções cerebrais). Alguns testes de laboratório também são possíveis, e os exames de imagem são importantes porque podem mostrar áreas do cérebro onde a deterioração está acontecendo”.

A demência frontotemporal não tem cura

Conforme a médica explica, não é possível chegar à cura do distúrbio, mas existem tratamentos que ajudam a retardar a evolução: “A demência frontotemporal não tem cura e não há como tratá-la diretamente. Também é impossível retardar o progresso da doença. Os profissionais de saúde podem recomendar o tratamento de alguns dos sintomas, mas isso pode variar de caso para caso”.

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O papel da família no cuidado de um paciente com demência

Ainda que não haja cura para a demência frontotemporal, a médica neurologista dá algumas dicas de cuidados essenciais para as pessoas que possuem um familiar com o distúrbio. É importante se lembrar que o paciente pode não compreender a condição, por isso, a calma é fundamental.

“As pessoas com demência frontotemporal geralmente perdem a percepção do que está acontecendo, o que significa que não conseguem reconhecer seus sintomas ou condição. Como não conseguem ver o problema, muitas vezes não acreditam que precisam de cuidados ou tratamento médico. Essa falta de compreensão pode levar à frustração ou ao medo da pessoa com os sintomas e de seus entes queridos”.

É um problema médico e, às vezes, incontrolável. Manter a calma e não levar as coisas para o lado pessoal são dicas que a Dra. Inara dá, já que as pessoas com demência frontotemporal geralmente não conseguem controlar seus comportamentos ou as coisas que dizem.

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“Não tenha medo de pedir ajuda. Cuidar de alguém com demência frontotemporal geralmente fica mais difícil, especialmente quando a condição piora. Se você está cuidando de alguém com essa doença, não tenha medo de pedir ajuda ou recursos. Muitas vezes, existem sistemas e serviços de suporte disponíveis”, finaliza a profissional.


Dra. Inara Taís de Almeida – Neurologista e Neuroimunologista de São Paulo, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia. Graduação em Medicina pela Faculdade de Tecnologia e Ciências e residência médica na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fellowship clínico (especialização) em Neuroimunologia no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes na Universidade Federal de São Paulo – Unifesp. Instagram: @inara.neuro

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