Cientistas apontam região do cérebro que responde a estímulos no clitóris
O estudo que relaciona a região cerebral com o clitóris foi publicado na revista científica Journal of Neuroscience
O estudo que relaciona a região cerebral com o clitóris foi publicado na revista científica Journal of Neuroscience
Os estímulos sexuais na região do clitóris foram a fonte de uma pesquisa publicada na Journal of Neuroscience, nesta segunda, 20. Os pesquisadores apontaram a região do cérebro feminino que responde a esses estímulos e afirmaram que o estudo pode ajudar no tratamento de pessoas que sofreram com violência sexual ou que possuem disfunções sexuais.
Com a participação de 20 mulheres adultas (de 18 a 45 anos), os clitóris das voluntárias foram estimulados oito vezes por dez segundos – alternados entre dez segundos de descanso – durante uma ressonância magnética para o mapeamento de seus cérebros. Para comparação, as costas da mão direita também recebeu estímulos.
Com isso, observou-se uma área dentro da parede lateral do córtex somatossensorial. Aliás, a frequência das relações sexuais também interferem, em que a ativação na região cerebral se mostrou maior em mulheres sexualmente mais ativas.
“É um assunto que não se estuda muito. Estamos pesquisando como os órgãos genitais femininos são representados no córtex somatossensorial em humanos e se ele tem a capacidade de mudar em relação à experiência ou uso”, disse à Agence France-Presse (AFP) a coautora do estudo e professora de psicologia médica do Hospital Universitário Charité, na Alemanha, Christine Heim. A cientista ainda complementa que “essa falta de conhecimento tem impedido as pesquisas sobre comportamentos sexuais padrão e condições patológicas”.
Conforme o estudo, a importância dessa pesquisa vai muito além de apenas identificar a área que responde a estímulos sexuais: em nível cerebral, ela irá servir para compreender as consequências do abuso sexual. “Com base nesse entendimento, podemos desenvolver novas maneiras que ajudem a reverter as consequências e, assim, aliviar o sofrimento e promover a saúde das mulheres”.