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AstraZeneca admite erro de dosagem em vacina e enfrenta crítica de cientistas

A justificativa dada foi que o regime de meia dose foi o resultado de um erro de fabricação

AstraZeneca admite erro de dosagem em vacina e enfrenta crítica de cientistas – Freepik

O executivo Menelas Pangalos, vice-presidente da AstraZeneca, reconheceu, nesta quarta-feira, dia 25, que houve um erro de dosagem na vacina que desenvolve em parceria com a Universidade de Oxford, mas disse que ele é irrelevante para a conclusão dos estudos. A empresa enfrenta, contudo, fortes críticas da comunidade científica devido à ausência de transparência.

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A AstraZeneca disse na segunda-feira, dia 23, que a vacina que está desenvolvendo em conjunto com a Universidade de Oxford foi até 90% eficaz na prevenção de Covid-19 quando os voluntários receberam meia dose e, depois de um mês, uma dose inteira da vacina. Contudo, a eficácia caiu para 62% quando duas doses completas foram administradas.

Os reguladores dos Estados Unidos estabeleceram como padrão para a autorização de vacinas a eficácia de 50%, mas aquelas em desenvolvimento pela Moderna e pela Pfizer ultrapassaram os 90%.

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Essas imunizações usam uma nova tecnologia baseada em genes que, apesar de seus resultados clínicos impressionantes até agora, requer que elas sejam armazenadas em temperaturas abaixo de zero. A AstraZeneca, por sua vez, pode ser armazenada em um refrigerador mais padrão, o que pode torná-la atraente para países de baixa e média renda.

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E, a justificativa dada foi que o regime de meia dose foi o resultado de um erro de fabricação, que nem a empresa nem a Oxford mencionaram inicialmente em seus comunicados à imprensa anunciando os resultados.

Assim, o erro de dosagem foi identificado depois que um investigador do estudo percebeu que os voluntários não estavam tendo uma resposta inflamatória à injeção, o que levou os pesquisadores a analisar o suprimento da vacina e descobrir que calcularam mal a dose.

Nos dias que se seguiram ao anúncio dos resultados, cientistas independentes e funcionários do governo dos EUA disseram que os dados são mais uma prova de que as vacinas podem prevenir a Covid-19, mas também alertaram que a taxa de eficácia de 90% pode não se sustentar em análises posteriores.

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