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Após problemas de Doja Cat e Solange Almeida, entenda como cigarro eletrônico afeta a voz

Após relatos das cantoras Doja Cat e Solange Almeida dos problemas com cigarro eletrônico, especialista explica como o dispositivo afeta a garganta e as cordas vocais

Impactos do cigarro eletrônico na voz
Impactos do cigarro eletrônico na voz – Instagram/dojacat/solangealmeida e Pexels/Renz Macorol

A rapper norte-americana Doja Cat e a cantora do forró brasileiro Solange Almeida podem até ser de diferentes nacionalidades e áreas musicais, mas ambas enfrentaram um problema em comum: o cigarro eletrônico. No caso de Doja, de 26 anos, o dispositivo influenciou nas suas amígdalas que estavam inflamadas, enquanto Solange, de 47 anos, chegou a relatar que a ferramenta a fez ter dificuldades para cantar. Com os casos das duas artistas do universo da música, uma questão que pode ficar é: como o cigarro eletrônico pode afetar a voz de uma pessoa?

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Segundo a otorrino da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Dra. Maura Neves, por conter substâncias inflamatórias, o uso do cigarro eletrônico causa irritação na via respiratória. Além disso, o calor também é um fator irritante para o organismo, que afeta regiões como lábios, língua, pulmões, bem como garganta e cordas vocais.

No caso do problema de amigdalite de Doja Cat, o cigarro eletrônico foi um complemento que agravou seu estado de saúde. “Ela fumou e bebeu em vigência de uma infecção com uso de antibiótico. A absorção das toxinas pode ter sido maior, mas, neste caso não por ter sido causado pelo e-cigarro diretamente, e sim por um conjunto de fatores associado a ele também”, ressaltou a médica.

QUAL É O NÍVEL DE GRAVIDADE DO IMPACTO DO CIGARRO ELETRÔNICO NA VOZ?

Quantidade consumida e tempo de uso: esses são os elementos que influenciam os níveis de gravidade na voz de uma pessoa que utiliza cigarro eletrônico, como destaca a Dra. Maura. Além disso, outro agravante é a relação do dispositivo como produtos inflamatórios, como o álcool. “A composição dos e cigarros é variável e contém, além de nicotina, outras substâncias nocivas à via respiratória”.

Após problemas com o cigarro eletrônico, a cantora Solange Almeida relatou a suspensão do uso do dispositivo e Doja Cat pretende largar a ferramenta. De acordo com o relatório Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), só no Brasil, 1 a cada 5 jovens de 18 a 24 anos utilizam cigarro eletrônico.

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Conforme a otorrino, pensar que o dispositivo não prejudica a saúde é algo ilusório. “A composição pode ser variável, entre nicotina, aromatizante e álcool. Um estudo laboratorial com os refil de uma marca comercializada mundialmente encontrou níveis de furaneol, álcool benzílico, etil maltol, etil vanilina, corilona e vanilina dos e-cigarros estavam significativamente correlacionados com a citotoxicidade de redução de regeneração das células do trato respiratório”.