Publicidade

Estudo da USP mostra relação de álcool e drogas com internações por lesões traumáticas

O consumo de álcool e drogas estão relacionados com quadros traumáticos de acidentes de trânsito, quedas ou violências

Relação de álcool e drogas com lesões traumáticas – Freepik/fabrikasimf

Durante a pandemia, o consumo de álcool teve um aumento entre os brasileiros e, conforme um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), tanto álcool quanto drogas estão relacionados com 31,4% das internações por traumas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HC/FM-USP).  

Publicidade

Dentre 55% dos brasileiros que têm o costume de ingerir bebida alcoólica, cerca de 17% afirmaram ter consumido mais no período de isolamento social, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig). 

Embora a análise da USP tenha sido feita com amostras de sangue coletadas entre julho de 2018 e junho de 2019 – de pessoas com mais de 18 anos -, o álcool foi a substância dominante na relação de lesões traumáticas: 23%.

+++ Consumo de álcool e obesidade aumentam entre os brasileiros, durante pandemia

+++ Consumo de álcool reduz chances de gravidez: mulheres devem evitar na segunda metade do ciclo menstrual

Publicidade

RELAÇÃO DE LESÕES TRAUMÁTICAS COM DROGAS ILÍCITAS

Essas lesões se tratam de pacientes que sofreram acidentes de trânsito, quedas ou violências, como agressões, esfaqueamentos ou armas de fogo. Quando se refere à associação desses quadros traumáticos com drogas, as prevalentes, conforme o estudo, foram cocaína, com 12%, e maconha, com 5%

Aliás, um estudo sobre o cenário do uso de drogas no Brasil, feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em 2019, mostrou que quase 10% dos brasileiros já utilizaram drogas ilícitas em algum momento da vida. Maconha, cocaína em pó, solventes e a cocaína fumável foram as drogas mais dominantes, conforme a pesquisa. 

“Há uma hipótese de que o consumo de substâncias psicoativas, além de favorecer acidentes, aumente a severidade do trauma”, disse à Agência FAPESP, um dos autores do estudo, Henrique Bombana. Dentro da análise de 376 pessoas, foi identificado que a idade média desses pacientes é de 36 anos, em que 80% dos pacientes eram homens. 

Publicidade

Aliás, o uso de drogas tende a começar na fase da adolescência. O levantamento da Fiocruz aponta que os usuários costumam utilizar drogas ilícitas em torno de 16 anos, tanto homens quanto mulheres

+++ Estudo: mulheres possuem mais risco de morte em cirurgias feitas por homens

“Os resultados apontam, com exames precisos, uma alta prevalência do consumo de substâncias psicoativas. Essa informação pode contribuir para políticas públicas mais assertivas e para a prevenção de acidentes”, ressaltou Bombana.

Publicidade