O epitélio nasal de crianças teria menos ‘camadas protetoras’ diante variante Ômicron, mas apresenta melhor resposta defensiva diante o coronavírus em geral
A variante Ômicron da covid-19 é, atualmente, a mais comum, com alta taxa de infecção em crianças. Com alta taxa de reprodução, ela apresenta sintomas um pouco mais leves, mas ainda assim preocupa. Por isso, muito ainda se estuda sobre ela.
Em meio à tantos estudos, então, pesquisadores da Austrália revelaram que as crianças podem ter uma certa “responsabilidade” na propagação da variante Ômicron. O responsável, de fato, seria o nariz, mais especificamente, o epitélio nasal infantil.
Publicado na Plos Biology, o estudo analisou o epitélio de 23 crianças, entre 2 e 11 anos, e 15 adultos, entre 19 e 55. Assim, perceberam-se as claras diferenças entre as narinas infantis e adultas e, consequentemente, sua recepção ao vírus.
Segundo os pesquisadores, nas crianças, a chamada camada protetora das narinas e também do organismo demonstrou uma certa resistência diante a coronavírus anteriores e o atual, responsável pela pandemia.
“É possível que o aumento da exposição antigênica no epitélio nasal da infância ‘treine’ em crianças para montar uma resposta pró-inflamatória mais forte a qualquer desafio antigênico”, explica Dra. Kirsty Short, microbiologista, que comanda a pesquisa.
No entanto, a surpresa foi quando o epitélio entrou em contato com a variante Ômicron, uma vez que apresentou as respostas antivirais mais fracas, mas ainda sem motivos detectáveis.
Por agora, os pesquisadores pretendem expandir a pesquisa, uma vez que ela teve uma amostragem baixa. Além disso, tentam entender com mais detalhes essa resistência do epitélio para covid-19 e porque essa resposta diferente diante a variante Ômicron.
