Covid-19: quantos dias deve se isolar na atual fase da pandemia?
Médico infectologista explica quais são os cuidados necessários nessa nova onda de covid-19: por que o vírus tem circulado na forma de variantes novas?
Médico infectologista explica quais são os cuidados necessários nessa nova onda de covid-19: por que o vírus tem circulado na forma de variantes novas?
No último sábado, 19 de novembro, a Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz – informou que os casos positivos de covid-19 dispararam em 12 estados brasileiros nas últimas semanas. Esse aumento é, principalmente, devido à introdução de uma subvariante da Ômicron, BQ.1, mais transmissível.
Mas, nessa nova fase da pandemia, quantos dias de isolamento são necessários? De acordo com o médico infectologista Dr. Evaldo Stanislau, diretor da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), o tempo de isolamento para quem testar positivo não muda. É necessário continuar tomando todos os cuidados recomendados desde o início da pandemia para não haver contaminação em massa.
“A pandemia tem momentos de maior e menor incidência de casos. Isso tudo está diretamente relacionado com o nosso comportamento e a imunidade que existe na sociedade. A imunidade depende de vacina, então precisamos manter a vacinação coletivamente alta. Se a proteção vacinal diminuir, abre caminhos para que o vírus circule com mais facilidade. As medidas de controles habituais e o uso da máscara continuam muito importantes”, explica.
O especialista também esclarece por que os casos vêm aumentando. Segundo ele, o vírus circula na forma de variantes novas, com capacidade de escapar da imunidade. Assim, a baixa imunidade (porque as pessoas negligenciam a cobertura vacinal e as crianças não estão sendo imunizadas), aliada à baixa proteção fazem com que novas variantes consigam infectar com grande efetividade.
“No futuro, para reverter esse cenário, nós vamos precisar fazer o que não conseguimos até hoje: vacinação consistente, diagnóstico precoce e o uso correto das máscaras em ambientes fechados e aglomerados por pessoas sintomáticas. E, especialmente, é preciso que as pessoas mais vulneráveis usem máscaras continuadamente para não se exporem ao vírus”.
Para sanar todas as dúvidas, o Dr. Evaldo afirma que o encurtamento de 5 dias do isolamento só pode ser feito para aqueles que tiverem uma melhora clínica, além do teste negativo. O ideal é que os positivados fiquem entre 7 a 10 dias isolados. Caso saiam após o sétimo dia, é necessário ter o teste negativo. Para a maioria das pessoas, após 10 dias do início dos sintomas ou do teste positivo, é seguro sair do isolamento.
É importante, porém, tomar cuidado às possíveis sequelas deixadas pela doença. “Hoje, temos a questão da covid longa e das complicações. Isso é uma coisa que vamos continuar lidando desde agora até os próximos anos, talvez décadas, sobretudo em função dos eventos neurológicos a longo prazo causados pela covid-19”, finaliza o médico.