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Como rotular filhos pode afetar o desenvolvimento da criança?

Frases como “que menino chorão” ou “ela é tão boazinha…” pode contribuir para a criação de estigmas, como explica a educadora parental Paloma Silveira Baumgart

Educadora parental fala sobre rótulos em crianças
Educadora parental fala sobre rótulos em crianças – Pexels/Andrea Piacquadio

É comum que muitos pais não percebam que o hábito de rotular seus filhos é comum no seu dia a dia. Frases como “que menino chorão”, “ela é tão boazinha…”, a princípio, são feitas sem piores intenções. No entanto, comentários que parecem inofensivos ou positivos podem acabar resultando em efeitos nocivos à personalidade das crianças, que se perpetuam por toda uma vida.

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Essa prática contribui para a criação de estigmas, que prejudicam o desenvolvimento infantil, uma vez que ela se convence ser aquilo que tanto escuta dentro de casa. De acordo com a Educadora Parental, Paloma Silveira Baumgart, rotular uma criança é o caminho para limitar o futuro do seu filho.O rótulo é limitador. Um filho acredita mais em seus pais do que nele mesmo. Caso ele receba um rótulo em sua infância, ele vai acreditar e incorporar aquela característica por toda vida, explica.

COMO EVITAR O RÓTULO NA INFÂNCIA?

A criança, ao entender o rótulo positivo, se esforça para corresponder às expectativas que as são apresentadas, deixando de desenvolver habilidades e competências, se atentando sempre ao medo de decepcionar e falhar. Ao contrário disso, “se um pai fala que o filho é bravo, tímido, agressivo ou agitado, por exemplo, ele realmente será. Não devemos rotular as crianças com nenhuma característica, sendo positiva ou negativa. Um exemplo é falar ‘Meu filho é muito inteligente, só tira 10’. Quando essa criança tirar 9, se sentirá péssima e frustrada, comprometendo sua autoestima. Precisamos substituir o ‘Maria é muito brava’ por ‘Maria está muito brava porque ela queria comer doce agora’, pontua Paloma.

Esse comportamento, por ser considerado comum ou apenas uma crítica construtiva, acaba se tornando uma atitude enraizada, sendo adquirida na criação da maioria das pessoas. Para a Educadora Parental, é necessário estar sempre atento a isso. “A sociedade em geral tem o hábito de rotular as crianças, uma vez que qualquer atitude que ela tenha já vira um rótulo. Precisamos interferir quando escutamos alguém rotular nossos filhos e ajustar a frase sempre se atentando ao verbo. Por exemplo, ‘Felipe não é gênio, ele estudou muito para a prova e, por isso, conseguiu um dez’”, ‘Joana não é tímida, ela chegou agora e está se ambientando’.

Para que ocorra uma mudança nessas atitudes, é necessário que os pais estejam sempre atentos, encontrando a maneira correta de se falar com seus filhos. “É fundamental ter a mudança primeiro dentro de casa, explicando que ele não é isso e sim que é algo do momento. Reforçando sobre os sentimentos temporários, e que todos nós em alguma parte do dia, podemos ficar bravos, tímidos, agitados, mas que isso passa. Isso também é válido para os rótulos positivos, falando sempre que o mérito foi devido ao seu esforço e treino”, finaliza.

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