A chegada das férias de verão costuma lotar os aeroportos, mas o momento atípico de pandemia interferiu, de maneira direta, na lista de prioridades das pessoas de maior poder socioeconômico: saem as viagens, entra o bisturi, os aparelhos estéticos e os injetáveis. “As pessoas cada vez mais buscam tratar sinais do envelhecimento e também da quarentena na pele, à procura de um efeito ‘antiquarentena’, ou seja, de tratamento da aparência cansada”, diz o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e especialista em Rinoplastia Estética e Reparadora pela Case Western University.
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Os efeitos da quarentena também podem ser sentidos no corpo com a desregulação da dieta e o sedentarismo, não só com a flacidez e celulite: os meses de pandemia e isolamento social foram particularmente ruins para as pernas. “Sem movimentação, a circulação ficou prejudicada e com a reabertura gradual é normal que as pessoas busquem tratamentos para essa área”, afirma a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
A BUSCA PELO AUTOCUIDADO É FENÔMENO MUNDIAL
Durante a quarentena, aumentou a busca pelo autocuidado. “Agora, as pessoas estão alocando recursos e tempo para cuidar de si mesmas e priorizando coisas que podem ter deixado de lado até então”, diz o médico Dr. Paolo. Parte dessa atitude de agir agora e correr às clínicas surge da incerteza com o futuro, já que mesmo com a vacina, não sabemos até quando teremos que suportar até voltar à normalidade. Algumas pessoas observam esse período como a sua chance de fazer uma cirurgia ou passar por um procedimento estético. “Pessoas que costumavam pedir por procedimentos injetáveis, ou seja, não invasivos, agora querem definitivamente uma cirurgia plástica”, diz o médico. Enquanto isso, pacientes de primeira viagem apostam nos aparelhos estéticos e nos injetáveis.
A queda do turismo de lazer, nesse momento, também pode ser vista como um ‘adiamento’ das viagens: a ideia é a de que, quando tudo voltar ao normal, a aparência deve estar incrível – e isso justifica o investimento no cuidado estético.
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“Com o home office, muitos tratamentos que requerem um tempo maior de recuperação, por descamarem a pele ou deixá-la avermelhada, voltaram com força total”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Há uma grande procura por tratamentos mais potentes, como a radiofrequência microagulhada Eletroderme, que consegue tratar rugas, manchas, flacidez, cicatriz de acne e estrias. Ela requer um período de recuperação maior, uma vez que a pele pode ficar com eritema e edema”, afirma o médico. Pelo mesmo motivo, as cirurgias plásticas também cresceram: “A pandemia, ao exigir trabalho de casa, garantiu um período para a recuperação sem precisar de afastamento e sem que as pessoas saibam do procedimento”, diz o Dr. Paolo.
Além disso, as máscaras faciais, necessárias nesse período, podem perfeitamente esconder curativos, inchaço e olheiras. “Em meio a todo o estresse e ansiedade, muitos pacientes relatam crises com as próprias aparências físicas. Além disso, muitos foram forçados a passar horas em videoconferências com iluminação ruim, ângulos infelizes e recortes estranhos, expondo características que nunca notaram antes”, diz o Dr. Paolo Rubez. “Ninguém jamais se olhou dessa maneira – por tanto tempo ou com tanta frequência – e acho que isso está gerando grande parte da demanda”, diz o cirurgião plástico.
No campo das cirurgias plásticas, um dos destaques continua sendo a rinoplastia, que no pico da pandemia apresentou aumento vertiginoso de buscas no Google (4800%). Cirurgias para projeção ou diminuição do queixo (mentoplastia) ou para pálpebras caídas (blefaroplastia) também estão impulsionando essa nova demanda. Apesar de todas essas facilidades e do momento propício, Dr. Paolo enfatiza que é importante, antes de optar por um procedimento cirúrgico, conversar com um cirurgião plástico especialista para a indicação correta do melhor tratamento para o seu caso e a explicação de todo o processo de recuperação.
Para o tratamento vascular das pernas, não há dieta e atividade física que dê jeito e você deve consultar um médico. Mas não se preocupe: sem internação, é possível tratá-las. “Uma das técnicas mais usadas é o ClaCs (Cryolaser + cryoescleroterapia), idealizada pelo Professor Doutor Kasuo Miyake e que combina o laser transdérmico com escleroterapia com glicose, tratamento adequado para veias menos calibrosas e superficiais na pele. Também pode ser utilizada para vasinhos (as famosas telangiectasias)”, diz a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita. Sem necessidade de repouso, é necessário apenas se abster de tomar sol por um período de 10 dias após cada sessão. Nada muito difícil nesse momento, não?
FONTES:
*DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557 http://www.alinelamaita.com.br/
*DR. ABDO SALOMÃO JR: Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo). É sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD), Sociedade Brasileira de laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia. Professor universitário, Dr. Abdo Salomão Jr. ministra aulas nos principais congressos nacionais da especialidade. Além disso, já deu aulas na Austrália, Itália e Coréia do Sul. É uma referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. Diretor da Clínica Dermatológica Abdo Salomão Junior.
*DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico é especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, com o Dr Bahman Guyuron (em Cleveland – EUA) e em Rinoplastia Estética e Reparadora, pela mesma Universidade e pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. http://drpaolorubez.com.br/