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Crise de ansiedade coletiva: condição é um problema comum? Entenda

Em abril, uma crise de ansiedade coletiva acometeu 26 alunos de uma escola pernambucana. Especialista explica o que é o quadro e se é comum

Entenda o que é ansiedade coletiva
Entenda o que é ansiedade coletiva – Unsplash/Joice Kelly

No início de abril, uma escola de Recife, Pernambuco, marcou um episódio preocupante: 26 alunos foram acometidos, coletivamente, por uma crise de ansiedade. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisou ser acionado, já que os estudantes apresentaram crise de choro, falta de ar e tremores.

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O caso repercutiu na internet, mas quadros como esse não são incomuns. O professor de psicanálise Ronaldo Coelho explica que crises coletivas de pânico ou ansiedade são frequentes em situações de perigo iminente que, por sua vez, não é “necessariamente real, mas vivido como real por um conjunto de pessoas”. Para entender melhor como ocorre uma situação do tipo, Ronaldo dá exemplos de um barco e um avião: “Mesmo que o barco não esteja afundando e o avião não esteja caindo, é possível que algo desencadeie uma crise coletiva em toda a tripulação”.

CRISE DE ANSIEDADE COLETIVA EM ESCOLA PODE TER RELAÇÃO COM RETORNO ÀS AULAS E PANDEMIA

Considerando esses exemplos, o questionamento que fica é sobre qual foi o perigo iminente que desencadeou a crise de ansiedade coletiva nos alunos de Pernambuco. “Esse perigo de algum modo pode estar relacionado com esse momento de retorno e pandemia”, diz o professor.

Ronaldo Coelho destaca que as áreas de psicologia e psicanálise observaram um comportamento chamado “Síndrome da Cabana”, condição que caracteriza a ansiedade social potencializada pelo longo período de isolamento. “Muitas pessoas têm apresentado medo, evitação e crises de ansiedade com o retorno presencial das atividades”. Ainda, conforme o professor de psicanálise, há um temor da socialização de maneira presencial depois de muito tempo sem essa prática.

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COMO ESCOLAS DEVEM SE ATENTAR PARA O EMOCIONAL DE JOVENS E CRIANÇAS?

“Ouvir verdadeiramente o que tem a dizer aquele a quem se destina o cuidado”: essa é a primeira orientação de Ronaldo Coelho para a maneira que as escolas devem se comportar quando se trata do emocional de jovens e crianças. “Uma postura compreensiva, que busca entender o que está havendo e pensar em saídas coletivas tende a ser a melhor estratégia”.

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E caso os educadores não consigam visualizar uma saída, como em situações emocionais mais delicadas? O professor enfatiza que o melhor é buscar o auxílio de um psicólogo, “de preferência um psicólogo escolar ou analista institucional”.