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Vacina contra a malária! OMS anuncia imunização em regiões com alto índice de transmissão

Após anos de estudo, o imunizante “RTS,S/AS01” será aplicado em 4 doses em crianças a partir de cinco meses

OMS anuncia vacina contra a malária – Freepik/jcomp

A malária é a principal doença que mais adoece o grupo infantil na África Subsaariana, levando à morte anual de mais de 260 mil crianças com menos de cinco anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas, no dia 06 de outubro, um anúncio histórico foi dado pela OMS: a vacinação dessas crianças em regiões com alta transmissão da malária. 

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“A maioria dos casos de malária é causada pelo parasita Plasmodium falciparum, cujo genoma contém mais de cinco mil genes, muito mais complexo do que os vírus e bactérias”, explica a imunologista Dra. Brianna Nicolletti. E é por meio da picada do mosquito Anopheles (mosquito prego) contaminado que os parasitas vão parar na corrente sanguínea de uma pessoa, como diz a imunologista. “Em até meia hora após a picada, esses parasitas saem da corrente sanguínea e se instalam no fígado, onde se multiplicam aos milhares” e, em um ciclo vicioso, eles “entram nos glóbulos vermelhos, se replicam dentro deles e, depois, rompem as células infectadas liberando ainda mais parasitas na corrente sanguínea”

E as crianças são as mais vulneráveis porque elas ainda estão no processo de “desenvolvimento do seu sistema imunológico”. Após anos de pesquisa, foi desenvolvida a vacina “RTS,S/AS01”, em que serão aplicadas 4 doses em crianças a partir de cinco meses.

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Em relação à criação do imunizante, a Dra. Brianna Nicolletti fala que a “RTS,S foi projetada usando genes da proteína do parasita da malária na fase pré-invasão das células sanguíneas e uma proteína do envelope viral do vírus da hepatite B (HBsAg) mais um adjuvante químico (AS01) para aumentar a resposta do sistema imunológico”. Com isso, a indução de anticorpos e imunidade celular impede que o parasita infecte o fígado.

A imunologista ressalta que os ensaios clínicos do imunizante “preveniu cerca de 4,5 mil casos da doença para cada mil crianças vacinadas” em áreas com alto índice de transmissão. Segundo a OMS, a vacina gerou uma redução de 30% dos casos graves e mortais.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, comemorou dizendo que “este é um momento histórico. A tão aguardada vacina contra a malária para crianças é um avanço para a ciência, a saúde infantil e o controle da malária”.   

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SINTOMAS

A doença é transmitida por um vetor, logo, ela não é contagiosa de pessoa para pessoa. A Dra. Brianna ainda ressalta que a malária também não pode ser transmitida pela água. Ela ainda comenta que os seus sintomas são:

  • Febre alta;
  • Calafrios;
  • Tremores;
  • Sudorese; 
  • Dor de cabeça (que podem ocorrer de forma cíclica, típicas da doença);
  • “Há pessoas que, antes de apresentarem tais manifestações, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite”.

BRASIL

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Como a prioridade é em regiões com alta taxa de transmissão, a vacina não será aplicada no Brasil no momento.