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Taxa de suicídios na pandemia é maior no Norte e Nordeste

Apesar de queda na taxa de suicídio no Brasil, as regiões Norte e Nordeste apresentaram uma alta significativa

Taxa de suicídio no Brasil, durante pandemia – Pexels/Daniel Reche

Além das mortes diretas, a covid-19 também provocou mortes indiretas, e uma delas é o suicídio. O triste cenário foi mais impactante em duas regiões do Brasil, durante a pandemia, em 2020: Norte e Nordeste. A constatação é de uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que será publicada na revista científica International Journal of Social Psychiatry

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TAXA DE SUICÍDIO NO NORTE E NORDESTE FOI MAIOR EM PESSOAS COM 60 ANOS OU MAIS

Regiões brasileiras com maior vulnerabilidade socioeconômica, os casos reportados de suicídio no Norte e Nordeste tiveram um aumento significativo, apesar da redução de 13% nos quadros de pessoas que tiram a própria vida. “Países de baixa e média renda como o Brasil, foram severamente atingidos, não só pelos efeitos diretos sobre a mortalidade, mas também por seus efeitos indiretos em outras causas de morte”, comunicou a Agência Fiocruz.

Conforme o estudo “Excesso de suicídios no Brasil: desigualdades segundo faixas etárias e regiões durante a pandemia de Covid-19”, foi observado uma maior taxa de suicídio entre pessoas com 60 anos ou mais nas duas regiões. No Norte, o índice chegou a 26% entre homens, enquanto o Nordeste registrou um excesso de 40% entre mulheres. Ainda, por dois bimestres seguidos, também houve um aumento expressivo de suicídio entre mulheres na faixa de 30 a 59 anos

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Segundo o psiquiatra Maximiliano Ponte, da Fiocruz Ceará, à Agência Fiocruz, há dois fatores preocupantes para os idosos: risco de mortalidade por covid-19 e por suicídio. Já o epidemiologista Jesem Orellana explicou que o cenário pode ter sido ainda mais grave no ano passado: “Nosso estudo também alerta para a possibilidade de efeitos indiretos ainda mais fortes sobre os suicídios a partir de 2021, uma vez que o impacto direto pandêmico (mortes por Covid-19) foi ainda mais severo em 2021″.

O estudo é considerado inédito, em que o Maximiliano ressalta que pesquisas sobre o tema em regiões mais pobres devem ser mais evidenciadas. “Nosso trabalho evidencia a importância de tratar o suicídio para além de um problema de saúde individual, pois trata-se de uma questão com profunda relação com as desigualdades econômicas e de acessos aos serviços sociais e de saúde pública”.

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