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Por que o infarto está se tornando cada vez mais comum em jovens e adultos com menos de 40 anos?

Estilo de vida inadequado tem levado muitos jovens a se tornarem potenciais vítimas de infarto e outros problemas cardíacos; o Dr. Roberto Yano mostra como uma mudança de hábitos é essencial, e urgente

Por que o infarto está se tornando cada vez mais comum em jovens e adultos com menos de 40 anos?
Por que o infarto está se tornando cada vez mais comum em jovens e adultos com menos de 40 anos? – FREEPIK

Até pouco tempo atrás, os problemas de saúde relacionados ao coração eram associados às pessoas de idade mais avançada. Entretanto, a situação tem mudado e nisso se acende um sinal de alerta. Os casos de infarto e problemas cardíacos estão se tornando cada vez mais comuns em jovens e adultos abaixo dos 40 anos de idade – como foi o caso do empresário Felipe Carauta, que morreu aos 35 anos após descobrir um problema cardíaco.

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Para se ter uma ideia, dados do Ministério da Saúde mostraram em 2021 que, no Brasil, a cada dois minutos uma pessoa morre devido a uma doença cardiovascular. Para piorar, apenas 2% dos brasileiros conseguem reconhecer os sintomas de um infarto. Segundo o médico cardiologista Dr. Roberto Yano, “soma-se a tudo isso, um estilo de vida baseado em sedentarismo, tabagismo, estresse, hipertensão arterial e diabetes. Tudo isso pode levar a pessoa a correr sérios riscos de sofrer um grave problema no coração, ainda jovem”.

Sintomas de um do infarto agudo do miocárdio nos jovens

Além disso, o cardiologista revela que os sintomas de um do infarto agudo do miocárdio nos jovens são diferentes dos que acometem os mais velhos: “Em geral eles são típicos e mais intensos, com dor forte no peito irradiando para o braço esquerdo e mandíbula, sudorese fria, mal-estar, náuseas e vômitos”, destaca.

Em uma situação dessas, o Dr. Yano ressalta que “o mais importante nos casos de infarto é o período entre o início dos sintomas até a desobstrução da artéria. É preciso lembrar que, quanto maior esse intervalo, maiores são as possibilidades de sequelas.”

Segundo o médico, alguns grandes fatores de risco para o infarto antes dos 40 anos são:

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– Obesidade;

– Colesterol elevado;

– Má alimentação;

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– Sedentarismo;

– Hipertensão;

– Diabetes;

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– Tabagismo;

– Estresse.

Mas como reverter isso?

Para quem está no caminho errado, o Dr. Roberto orienta uma mudança total de hábitos. “Esse deve ser o principal foco em uma estratégia para a prevenção do infarto entre jovens. Isso vale tanto para a prevenção primária quanto para o tratamento de quem está se recuperando de um infarto”.

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Para quem deseja esta mudança, o cardiologista explica que, de imediato, “algumas medidas simples podem ser adotadas para afastar o risco de sofrer doenças cardíacas”.

– Pratique exercício físico regularmente;

– Evite alimentos fritos e industrializados;

– Durma bem;

– Evite o estresse no dia a dia;

– Dê importância ao lazer;

– Abandone hábitos prejudiciais, como excesso de bebidas alcoólicas e cigarro.

– Mantenha seus exames em dia e consultas com seu cardiologista;

“Os jovens não apresentam ‘circulação colateral desenvolvida’ uma condição mais comum em pessoas acima dos 40 anos e isso pode aumentar a mortalidade desses pacientes, no caso de um infarto”, reforça o médico.

Para quem não sabe, a maior parte dos processos de aterosclerose costumam levar alguns anos. Isso geralmente dá tempo para que o organismo encontre alternativas para fazer o sangue chegar ao coração. “A circulação colateral é uma dessas alternativas. Ela consiste na formação de novos e pequenos vasos sanguíneos, que acabam compensando uma eventual falta de irrigação causada por uma artéria entupida”, explica o cardiologista.

Existem também outros agravantes, como o histórico familiar.

“Quem tem na família um parente próximo que teve um infarto com menos de 55 anos deve ter um cuidado extra”, pondera o médico. “Quando essa predisposição genética vem acompanhada de hábitos desregrados, surge o risco de desenvolver uma aterosclerose precocemente. Nos casos das pessoas com menos de 40 anos, essa combinação é potencialmente fatal”. Mas, antes de se alarmar, existe um caminho, lembra o Dr. Yano: “Em caso de predisposição genética, recomenda-se manter um acompanhamento cardiológico a partir dos 20 anos de idade”, completa.