Gestantes, lactantes e puérperas estão prestes a entrar nos grupos prioritários de imunização contra a Covid-19. O Ministério da Saúde pretende seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e incluí-las. Antes, a instituição priorizava gestantes com doenças prévias (como hipertensão, diabetes, doenças autoimunes, obesidade, asma grave, renal crônica, entre outras), agora, inclui também grávidas que não fazem parte do grupo de risco.
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“As grávidas sem doenças prévias não eram citadas no Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19. Agora, elas podem ser vacinadas após uma avaliação de riscos e benefícios, principalmente em relação às atividades desenvolvidas pela mulher. Devem ser avaliados os custos e benefícios, conversar com seu obstetra e manter os cuidados essenciais”, explica a ginecologista e obstetra Thais Zeque.
A especialista informa que foram elencadas como grupo de risco:
- Receptoras de transplante de órgão sólido;
- Portadoras de problemas respiratórios graves, incluindo fibrose cística e asma grave;
- Portadoras homozigóticas de anemia falciforme;
- Usuárias de terapias de imunossupressão suficientes para aumentar de forma significativa o risco de infecção;
- Portadoras de doença renal crônica (estágio 5) ou que necessitam de diálise;
- Portadoras de doença cardíaca significativa, congênita ou adquirida;
- Que atuam na linha de frente de assistência à pessoa com Covid-19, cujo risco de exposição pode ser maior, mesmo que tenham um risco menor de sofrer complicações se estiverem bem;
- Idade ≥ 35 anos;
- Gestantes com obesidade;
- Portadoras de diabetes (preexistente);
- Hipertensão crônica.
A importância da vacinação
A vacinação contra a Covid-19 é um dos principais assuntos do mundo. Como uma das formas eficazes para evitar as complicações causadas pelo novo coronavírus, a corrida pela vacina, assim como a imunização em massa é essencial para diminuir os números de casos e cessar a pandemia. Há estudos que evidenciam que gestantes são mais suscetíveis à infecção severa e complicações causadas pela doença. Felizmente, um novo estudo publicado no American Journal of Obstetrics & Gynecology, no último mês, avaliou a resposta das vacinas da Moderna e da Pfizer em mulheres gestantes, de forma positiva.
De acordo com a pesquisa, os níveis de anticorpos apresentados pelas pacientes grávidas são comparáveis ao de mulheres não grávidas, e ambos são maiores do que em pacientes não vacinadas e previamente infectadas pelo SARS-CoV-2.
“Além disso, e mais importante, segundo o estudo, essa imunidade está presente no sangue, no leite materno e na placenta das gestantes. Dessa forma, além da vacinação gerar uma forte imunização em gestantes, ainda é possível que essa imunização seja passada ao bebê por meio do leite materno e da placenta”, pontua a especialista.