O que comer após uma cirurgia? Como não perder massa magra com o repouso? Nutricionista explica tudo sobre o assunto
Para uma boa recuperação é importante fornecer energia para o organismo
Para uma boa recuperação é importante fornecer energia para o organismo
O período anterior e posterior a uma cirurgia é sempre delicado, porque o corpo precisa de nutrientes específicos para se preparar e, depois, para se recuperar perfeitamente de um procedimento com corte.
Uma alimentação balanceada pode fazer toda a diferença em um paciente, assim como a desbalanceada, repleta de frituras e ingredientes sem valor nutritivo, também.
“Quando passamos por um procedimento cirúrgico, nosso corpo precisa de tempo para a adaptação e a recuperação do organismo. Para um bom aproveitamento antes e um bom pós-operatório, não apenas remédios podem ser prescritos, mas também um estilo de alimentação adequada para cada caso de operação”, explicou a nutricionista e personal trainer Sol Meneghini.
Por isso, produzimos, com a contribuição da especialista Sol Meneghini, um verdadeiro dossiê sobre esse assunto.
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ALIMENTAÇÃO
Fast food, frituras, refrigerantes e alimentos cheios de açúcar só dificultam o processo de cicatrização, é o que explica a profissional.
“Comida leve, em um momento de recuperação, é a sua melhor aliada. Porque ao processar esses alimentos, o corpo foca a energia na recuperação de tecidos e não na digestão dele. Além disso, ingredientes ricos em proteínas e fatores cicatrizantes também são indicados no pós-operatório. Não vale esquecer da vitamina C, que fortalece o sistema imunológico e protege o corpo contra doenças neste período em que está mais fragilizado”.
Mas não pense que a dieta pós-cirúrgica é aquela em que as pessoas passam fome. Pelo contrário, o corpo precisa de energia para se recuperar.
O QUE COMPRAR NO MERCADO?
As possibilidades são tão distintas que, para auxiliar nas compras de mercado, elencamos uma lista de alimentos que são fundamentais para este período:
– Carnes magras, opte pelos cortes com menos gordura: peito de frango e, para carne bovina, patinho, lagarto e filé mignon;
– Fontes de ferro e zinco como a gema de ovo, feijão e lentilha;
– Frutas vermelhas, por conta dos tão importantes flavonoides, compostos antioxidantes. Eles estão presentes no morango, na amora, no mirtilo e na framboesa e ajudam a manter a saúde dos vasos sanguíneos, além de protegerem contra processos inflamatórios. A ação antioxidante também melhora a imunidade e evita infecções;
– Frutas cítricas: é importante ficar atento à carência de vitamina C, que atua diretamente no fortalecimento do sistema imunológico, além de favorecer a síntese e a formação de colágeno, proteína essencial para a regeneração da pele. Diversifique e inclua laranja, kiwi, acerola, caju, mexerica e goiaba branca nas compras;
– Vitamina A, presente na manga, mamão, caju, goiaba vermelha, milho, batata-doce, abóbora, moranga, couve, espinafre, brócolis, folhas de beterraba, chicória, alface e agrião.
Tomar sucos naturais, beber muita água e consumir bastante folhas escuras na salada ajudam bastante.
EVITE AO MÁXIMO ESSES ALIMENTOS…
Frituras;
Alimentos gordurosos;
Condimentos;
Embutidos;
Alimentos enlatados;
Carne de porco;
Doces;
Café;
Refrigerante;
Bebidas alcoólicas.
“Todos eles dificultam a circulação do sangue e atrasam o processo de cicatrização”, explica Sol.
PERDA DE MASSA MUSCULAR: como evitar?
Além da recuperação da área que passou pelo processo cirúrgico, uma das preocupações que um procedimento pode causar a quem treina e se exercita constantemente é: perda de massa muscular.
Sem a academia na rotina, os quilos a mais podem aparecer e os músculos, conquistados com uma intensa rotina de atividade física, podem diminuir, dependendo do tempo de repouso.
Porém, a nutricionista e também personal trainer explica que essa perda pode ser evitada.
“A alimentação é muito importante para quem quer manter a massa magra durante um longo período de repouso”, explica.
Alguns alimentos não podem deixar de ser consumidos no período de repouso do pós-operatório, como:
Ovos: Contém albumina, proteína que auxilia na recuperação das fibras musculares. Também possui leucina, aminoácido que ajuda a evitar a perda de massa magra. A gema, rica em vitamina E e em glutationa, contém a vitamina B12, que ajuda a quebrar as células de gordura.
Batata-doce: Esse é um carboidrato de fácil digestão e com uma ótima fonte de fibras – que ajudam na saciedade. O alimento é muito recomendado para quem treina todos os dias, já que ajuda a manter o bom nível de energia durante os exercícios. Nele, encontramos betacaroteno, vitaminas antioxidantes e também a vitamina K, que ajuda no controle de retenção de líquidos no corpo.
Banana: A banana é um carboidrato complexo que garante glicose para reforçar desempenho do atleta durante o exercício. A fruta também é rica em potássio, eletrólito que participa do processo de contração muscular e ajuda a evitar câimbra. Coma uma por dia, antes ou após o treino.
Quinoa: Ricas em proteínas, elas têm tudo a ver com a dieta de quem malha e quer músculos. Em cada grão, carrega aminoácidos essenciais, sendo três de cadeia ramificada: leucina, valina e isoleucina. Além disso, o grão é rico em carboidrato, tem pouca gordura e é livre de colesterol e açúcar.
Frango: O frango é uma boa opção para quem precisa de proteína, mas não quer colocar o coração em risco. Também tem vitaminas B e zinco, que reforça a imunidade. Não se esqueça de tirar a pele.
E o mais importante: se puder, procure um profissional da nutrição para te acompanhar nesse período. Um plano alimentar individualizado potencializa qualquer tratamento, qualquer recuperação e, claro, qualquer treino, para os que têm objetivos maiores no ganho de massa magra ou emagrecimento.