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Nutrição e neurodegeneração: biomarcadores relevantes para demência

O neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela ressalta como a demência é um desafio de saúde global

Especialista fala sobre alimentação e demência
Especialista fala sobre alimentação e demência – Pexels/Anna Shvets

A demência é algo que preocupa todos, ainda mais agora que a esperança média de vida vem aumentando. O PhD, neurocientista, biólogo com especialização em nutrição clínica, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, elucida-nos como a nutrição e a neurodegeneração estão relacionadas e quais os biomarcadores que são relevantes para a demência.

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A ALIMENTAÇÃO INLFUENCIA NO DESENVOLVIMENTO DA DEMÊNCIA?

Como nos relata Abreu, “a demência é um desafio de saúde global associado à diminuição da qualidade de vida e ao aumento dos custos de saúde na idade avançada. Há muitos aspetos que ainda são pouco compreendidos e que estão diretamente relacionados com o aumento dos casos de demência. É urgente lidar com este tipo de problemáticas, não nos basta viver mais e sim viver melhor. A nossa alimentação faz parte desse processo”.

Como sabemos, uma alimentação saudável é um dos pontos-chave de uma vida mais plena e com menos complicações e, neste caso, o cientista quer exemplificar a importância dos carotenoides. “Os carotenoides são pigmentos: vermelho, alaranjado ou amarelado naturalmente presentes em raízes, folhas, sementes, frutas e flores, que também podem ser encontrados, embora em menor quantidade, em alimentos de origem animal, como ovos, carnes e peixes”.

“A luteína ou lipocromo, é um carotenoide de tonalidade amarelo-limão presente em alguns vegetais, como espinafre, abobrinha, couve-flor, ervilha, brócolis, e em alguns frutos, como laranja, mamão, pêssego e kiwi, além da gema de ovo. A zeaxantina é uma substância responsável pela cor de peixes, aves, flores e alimentos. É encontrada predominantemente nos vegetais amarelos, alaranjados, vermelhos e verdes; tais como nectarina, laranja, mamão, pêssego, brócolis, couve de bruxelas, repolho, couve-flor, ervilha, milho, rúcula, ovo, dentre outros. A beta-criptoxantina, também conhecida pelo nome de criptoxantina, é um pigmento natural que encontramos nomeadamente em certas frutas e legumes. Encontramo-la, por exemplo, na tangerina, na laranja ou na papaia. Os carotenoides luteína, zeaxantina e β-criptoxantina foram associados a um risco reduzido de demência por todas as causas”, explica.

Abreu revela que os Estados Unidos levaram a cabo um estudo que demorou vários anos que tentava entender a relação entre o tipo de alimentação e este tipo de doenças. US Third National Health and Nutrition Examination Survey fez algumas revelações interessantes.

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Durante o estudo, foi observada uma relação inversa entre carotenoides totais e DA/demência por todas as causas foi observada em indivíduos com ≥ 45 anos de idade no período basal, a concentração plasmática de luteína e zeaxantina foi associada a um risco reduzido de demência por todas as causas em indivíduos com ≥ 65 anos de idade no período basal, A β-criptoxantina foi inversamente correlacionada com demência por todas as causas para indivíduos com idade ≥ 45 anos e ≥ 65 anos no período basal, De modo geral, a vitamina C sérica foi inversamente associada à incidência de demência por todas as causas no modelo ajustado para idade e sexo, com um efeito maior em indivíduos com idade ≥ 45 anos vs. ≥ 65 anos e ao examinar os carotenoides totais, descobriu-se que a vitamina A pode aumentar o risco de demência por todas as causas em indivíduos com idade ≥ 65 anos.

Contudo, e como explica Abreu, estes dados necessitam ser levados com cautela uma vez que os próprios autores afirmam que necessitam de estudos adicionais com exposições tempo dependente e randomização para determinar os efeitos da suplementação com carotenoides no desenvolvimento de demência.


Sobre a fonte:

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Dr. Fabiano de Abreu Agrela, é um PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil e investigador cientista na Universidad Santander de México.