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Homem paraplégico volta a andar após tratamento com eletrodos na medula espinhal

Após tratamento com eletrodos na medula espinhal, Michel Roccati ficou paraplégico há cinco anos e agora comemora seus novos passos

Homem paraplégico volta a andar graças após tratamento com elétrodos na medula espinal – REPRODUÇÃO/ NBC NEWS

Acidentes que provocam lesões permanentes na medula espinhal representam um grande transtorno para os pacientes, pois, muitas vezes, isso implica na paralisação de membros, fato que acarreta uma mudança de vida significativa.

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Os nervos da medula espinhal têm a função de enviar sinais do cérebro para as pernas. Por isso, algumas pessoas ficam paralisadas quando eles são danificados por uma lesão.

Em 2017, após um acidente de moto, Michael Roccati ficou paralisado da cintura para baixo e, agora, 5 anos depois, graças a um tratamento na medula espinhal, ele está aprendendo a andar novamente.

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CASO DE MICHAEL ROCCATI

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De acordo com uma entrevista exclusiva da BBC com Michael Roccati, a rapidez no progresso do italiano foi surpreendente para a equipe médica envolvida.

O sistema desenvolvido pelo professor Grégoire Courtine, neurocientista do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne, e pela professora Jocelyne Bloch, usa um eletrodo localizado no topo dos nervos da coluna vertebral e a estimulação é feita por meio de um tablet com sistema wireless, ativando músculos do tronco e das pernas. “É uma descoberta fantástica, pode impactar a vida de milhões de pessoas ao redor do planeta”, explica o PhD em neurociências e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu.

No caso dele, o cérebro não envia sinal para as pernas porque sua medula espinhal foi completamente lesionada. É aí que entra o implante: ele envia sinais diretamente para as pernas, permitindo que o paciente ande, mas apenas quando o implante está colocado.

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SUCESSO NO TRATAMENTO COM ELETRODOS NA MEDULA ESPINAL

Roccati e outros dois pacientes já conseguiram ficar de pé e até realizar movimentos com as pernas dentro de piscinas. “A implementação destes dispositivos cria uma expectativa de que as pessoas nessas condições possam readquirir suas respectivas independências e isso é revolucionário não só para a neurociência, mas para a medicina de modo geral”, afirma o especialista.

Por enquanto, Michael tem dado seus primeiros passos com o auxílio de um andador.

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De acordo com o neurocientista, tecnologias como a descrita possibilitam que pessoas afetadas por traumas possam, talvez, futuramente, recuperar-se de maneira completa, tornando as dificuldades enfrentadas no dia a dia algo do passado. “A tecnologia e a neurociência biomédica ainda farão muito por nós” opina o Dr. Fabiano de Abreu.