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A hiperidrose é diagnosticada por meio de dois exames: o teste de amido-iodo e o teste de papel.  – FREEPIK/ benzoix

Uma pesquisa do Instituto IPSOS confirmou que mais de 1,5 milhões de brasileiros sofrem com o suor excessivo, sendo que do total da população, 10,7% diz apresentar os sintomas da hiperidrose, e a axila é o local em que o suor está mais presente (43%).

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As três principais características de quem apresenta suor excessivo são: suor independente da temperatura, aumento do suor em situações de estresse e início do suor antes dos 25 anos.

Dos quem sofrem com a questão, 44% não faz/fez nenhum tratamento e os pacientes com suor excessivo em sua maioria (71%) não procuram nenhum médico, ou seja, a hiperidrose não é reconhecida como doença por eles. 

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De acordo com o Dr. Renato Pazzini, dermatologista pela USP, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Membro do Corpo Clínico dos Hospitais Albert Einstein e Oswaldo Cruz; a hiperidrose se caracteriza por um nível de produção de suor além do necessário para regular a temperatura do corpo.  

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“Na hiperidrose, o paciente apresenta uma quantidade excessiva de suor em várias partes do corpo, como palma das mãos, pés, axilas, rosto, sob os seios ou no couro cabeludo. Isso ocorre mesmo em estado de repouso, uma vez que, nestes quadros, as glândulas sudoríparas atuam de modo exacerbado o tempo todo. O distúrbio causa constrangimento e afeta significativamente a qualidade de vida das pessoas acometidas, cujos sintomas têm início na primeira infância”

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Hiperidrose: como identificar 

Há dois tipos de hiperidrose: 

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Hiperidrose primária 

Não é causada por fatores internos e nem externos conhecidos. Pode ser de origem emocional, desaparecendo repentinamente. “Nestes casos, a hiperidrose é pontual, ocasionada por situações que possam gerar estresse, como provas, reuniões ou apresentações em público”, afirma Renato Pazzini. 

Hiperidrose secundária 

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Causada por distúrbios hormonais, doenças neurológicas, infecções ou por efeitos colaterais do uso de determinados medicamentos. Entretanto, a hipótese mais aceita pela medicina até agora é de que pessoas que suam além do comum tenham predisposição genética. Estima-se que algo em torno de 30% a 50% dos pacientes que sofrem com a hiperidrose possuam um parente de primeiro grau, como pai ou mãe, com a mesma condição.  

“Pessoas com hiperidrose suam de tal maneira que acabam tendo impactos negativos em suas vidas, incluindo tarefas cotidianas, como apertar a mão de alguém, dar um abraço, dançar, praticar esportes, entre outras. O paciente chega a andar sempre com outras roupas no carro ou na mochila para trocá-las várias vezes ao dia. Todo esse contexto afeta diferentes aspectos da vida pessoal e profissional. A boa notícia é que a hiperidrose é um distúrbio que possui tratamento para amenizar ou até mesmo eliminar a maior parte dos sintomas”, aponta Renato Pazzini.  

Diagnóstico 

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A hiperidrose é diagnosticada por meio de dois exames: o teste de amido-iodo e o teste de papel. 

No teste de amido-iodo, uma determinada quantidade de um produto é colocada em diferentes pontos do corpo do paciente, durante uma determinada janela de tempo. Conforme o paciente sua, seu suor muda de cor e é possível observar, com o exame, não só a quantidade de suor, mas também de onde e em que pontos do corpo ele costuma ser mais eliminado. 

Já no teste de papel, é colocado um papel absorvente em alguns pontos da pele do paciente, durante uma determinada janela de tempo. Em seguida, o papel é removido e pesado, para observar a quantidade de suor eliminada naquele ponto do corpo. 

Os critérios diagnósticos sugeridos para hiperidrose incluem:

– Suor excessivo, focal, com pelo menos 6 meses de evolução sem uma causa aparente 

– Ocorrer nos dois lados do corpo de maneira igual 

– Interferir nas atividades diárias 

– Ocorrer pelo menos uma vez na semana 

– Iniciar antes dos 25 anos de idade 

– História familiar de hiperidrose 

 

Tratamento 

Os procedimentos variam de acordo com o tipo e o grau de sudorese do paciente: 

Simpatectomia 

Cirurgia feita com corte ou pinçamento do nervo que transmite o estímulo à glândula. Normalmente, é muito útil para sudorese em membros superiores e inferiores, onde é mais fácil acessar nervos. Entretanto, um dos efeitos colaterais do procedimento é a hiperidrose compensatória, que gera mais suor em outras áreas do corpo. 

Toxina botulínica 

Aplicada por meio de injeções, diminui a ação do nervo que estimula a sudorese. A duração de seus efeitos varia de oito a dez meses e, em alguns casos, pode até ultrapassar um ano. Ela passa a agir aproximadamente 15 dias após a aplicação. 

Ionoforese 

É uma técnica já menos utilizada hoje em dia. Feita com o uso de eletrodos, ela gera uma corrente elétrica entre as áreas de suor excessivo, diminuindo a transpiração. 

Laser 

Algumas técnicas realizadas com a energia luminosa diminuem o tamanho da glândula e, consequentemente, a hiperidrose. 

Drogas sistêmicas 

Há medicamentos de uso oral que visam diminuir a produção de secreções pelo corpo, por meio do controle do Sistema Nervoso Simpático, responsável por estimular as glândulas sudoríparas a produzir suor. Entretanto, eles diminuem também a quantidade de lágrima, urina, saliva, entre outros. 

“O tratamento mais indicado dependerá da avaliação do especialista. Caso o suor excessivo esteja relacionado a problemas mais graves ou disfunções da tireoide, é preciso antes tratar estas causas para depois investir em formas de aliviar os sintomas da hiperidrose”, aconselha o dermatologista, Renato Pazzini.