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Hanseníase: Fiocruz e Microsoft criam tecnologia para o diagnóstico precoce da doença

A Fiocruz e a Microsoft desenvolveram uma inteligência artificial com alta taxa na probabilidade de acerto na identificação de hanseníase

Pesquisadores desenvolvem tecnologia para o diagnóstico de hanseníase – Freepik/freepik

A bactéria Mycobacterium leprae é responsável pela doença que coloca o Brasil em segundo lugar com mais casos da enfermidade, no mundo: a hanseníase. Apesar de ser uma das doenças mais antigas da humanidade, a enfermidade que afeta, principalmente, a pele, continua muito presente no país. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), só em 2019 houve o registro de 27 mil casos, em que 2,3 mil pacientes se encontravam em um estágio mais avançado.

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Mas, um estudo que combinou ciência e tecnologia pode servir como esperança para diagnósticos precoces de hanseníase e impactar na eficiência de seu tratamento. A Fiocruz, em parceria com a Microsoft e a Fundação Novartis, desenvolveu uma inteligência artificial capaz de identificar a doença contagiosa. E não é um enredo de filme de ficção científica: a pesquisa foi publicada na The Lancet Regional Health – Americas, no dia 03 de fevereiro deste ano. 

Para a pesquisa com a tecnologia chamada AI4Leprosy, os pesquisadores utilizaram 1.229 fotografias de 585 lesões na pele, tanto de hanseníase quanto de outras condições. Com isso, os cientistas adaptaram o software para a identificação da doença por meio dessas imagens. 

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A inteligência artificial (IA) pode enxergar mais do que o olho humano. Para o computador, cada ponto da imagem é um bit, traduzido em um número. Uma pessoa sem treinamento pode não perceber a diferença entre duas cores muito próximas, mas quando o computador transforma essas cores em números, ele ‘vê’ uma diferença clara. É com base nisso que podemos treinar a máquina para tentar fazer um diagnóstico diferencial”, comunicou um dos autores do estudo, Paulo Thiago Souza Santos

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TECNOLOGIA APRESENTOU ALTA TAXA NA PROBABILIDADE DE ACERTO DE HANSENÍASE

A taxa de probabilidade do diagnóstico pela tecnologia apresentou um resultado animador: o software mostrou uma capacidade de 90% de acerto na identificação de hanseníase, com a participação de 222 pacientes. “A modelagem de IA indicou que os sinais clínicos mais importantes são perda de sensibilidade térmica, nódulos e pápulas, parestesia nos pés, número de lesões e gênero, mas também descamação da superfície e prurido que foram negativamente associados à hanseníase”, destacaram os pesquisadores, no estudo. 

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A hanseníase é um problema de saúde pública que precisa de muita atenção. Conforme o Ministério da Saúde, entre 2016 e 2020 foram registrados cerca de 155 mil novos casos da doença. A Fiocruz destaca que a inovação criada com a Microsoft pode ajudar os profissionais de saúde, no futuro, com um simples aplicativo de celular.