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Ginecologista fala sobre a importância da cobertura vacinal de dTpa para gestantes; imunização teve queda de 13%

Baixa cobertura vacinal pode possibilitar retorno de surtos de coqueluche, na cidade a doença figura entre as principais causas de mortalidade de crianças de até seis meses

Ginecologista fala sobre a importância da cobertura vacinal de dTpa para gestantes; imunização teve queda de 13% – Freepik / jannoon028

Dados do Programa Nacional de Imunizações obtidos pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) apontam queda de 13% na cobertura vacinal de dTpa gestante (vacina que previne contra coqueluche, difteria e tétano), na cidade de São Paulo, no último ano. As taxas que se mostravam relativamente baixas entre as grávidas da capital paulista (73,89%), no ano anterior à pandemia de Covid-19, caíram ainda mais em meio à crise sanitária deflagrada pelo novo coronavírus.

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Em 2020, a cobertura vacinal ficou em 64,15%. Em todo o estado, a redução média foi de 34,6%. A cobertura vacinal na Região Metropolita de São Paulo, contudo, manteve-se estável no patamar de 67%. A meta para essa imunização é de 95%.

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“A vacina dTpa é segura e está disponível a todas as gestantes, em unidades públicas de saúde. A imunização previne complicações gestacionais evitáveis e, principalmente, que o bebê seja infectado num momento em que sua imunização primária não está completa.”, explica a ginecologista Dra. Cecilia Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da Febrasgo.

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“Nos pequenos, sobretudo, menores de seis meses, a coqueluche, por exemplo, está associada a elevado risco de morte. Entre 2012, 2014 e, mais recentemente, em 2018, observamos expressivo aumento de casos de coqueluche, no Brasil. Ao mesmo tempo, a cobertura vacinal tem se mantido baixa. Mais do que nunca, precisamos evitar que novos surtos aconteçam.”, continua a profissional.

Imunidade Materna e Infantil

Dentre outras alterações, o período gestacional é caracterizado por relativa diminuição da imunidade adaptativa para acolhimento do material genético paterno, estranho ao corpo da mulher. Essas alterações mantêm-se ao longo da gestação e são revertidas gradualmente à normalidade, ao longo dos 12 meses posteriores ao parto. Nesse período, a imunidade do feto e do bebê encontra-se em contínua formação. “Anticorpos maternos da classe IgG atravessam a placenta e conferem proteção passiva à criança até, aproximadamente, os 15 meses de vida. Esses anticorpos também são transmitidos pelo leite materno”, destaca a médica.

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A transmissão de coqueluche e difteria ocorre, majoritariamente, por meio de gotículas de secreção respiratória (fala, tosse ou espirro). O tétano neonatal é transmitido por meio da contaminação do coto umbilical com os esporos da bactéria presente instrumentos não esterilizados adequadamente.

“Os casos de coqueluche estão ligados à necessidade de vacinação da gestante e/ou do bebê. A gestante pode receber a dTpa a partir da 20ª semana. De acordo com seu histórico de imunização, pode ser recomendada uma ou duas doses da vacina. Em caso de novas gestações, a mulher deve refazer o esquema vacinal para proteger a nova criança em formação”, completa a Dra. Cecília.

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