Há 20 anos, a Associação Médica Americana (AMA) entrevistou uma amostra significativa de profissionais norte-americanos e pessoas leigas para saber se eles sabiam quais os horários mais comuns para a ocorrência de infartos, ataques de asma ou de dores. Todos erraram.
O especialista em cronobiologia Michael Smolensky, fala que a maior parte dos estudos farmacológicos não considera as diferenças entre tomar o medicamento de manhã ou à noite, o que é uma pena. Sabe-se, por exemplo, que todo mundo tem seu pico de cortisol pela manhã e, assim, tomar corticoides nesse período pode ser mais eficaz e gerar menos efeitos colaterais, já que é o horário em que o corpo já está habituado à descarga hormonal.
+++ VEJA TAMBÉM: Entenda e saiba dos perigos da automedicação para dores de cabeça
+++ VEJA TAMBÉM: Saiba cinco tipos de alimentos que podem prejudicar a tireoide
Embora já existam alguns estudos preliminares para definir os melhores horários para se tomar um suplemento de vitaminas, por exemplo, o especialista fala que ainda é cedo para saber quais alimentos seriam melhor aproveitados em determinado período. Na visão de Smolensky, isso decorre não só do fato de as pesquisas em crononutrição ainda estarem no início, e também porque comer é um ato complexo, que envolve necessidades fisiológicas, questões culturais, emocionais, memórias afetivas e tantos outros fatores.
Dividir as refeições:
Para os profissionais da área da nutrição, os horários de refeições são uma forma de otimizar a absorção de certas substâncias (e são muitos os nutrientes a nós essenciais!) e evitar que exageremos nas refeições.
“A absorção se liga à capacidade de digestão e da qualidade da parede intestinal. A melhor estratégia, então, é fracionar as refeições em seis por dia, com volumes menores e mais constantes”, diz Vanderli Marchiori, membro da diretoria da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE). “Bioquimicamente não há diferenças significativas em relação ao horário de ingestão”, acredita.
A nutricionista Isabella Correia, da Clínica La Prath (RJ), concorda e acrescenta que, enquanto vitaminas hidrossolúveis (como a C) e lipossolúveis (A, D, E e K) devem ser consumidas junto ou perto das refeições, os minerais devem ser ingeridos longe delas, para serem melhor absorvidos.
Por Tatiana Pronin | Produção Estúdio Fuê | Adaptação Yasmin Salem e Kelly Miyazzato.