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Envelhecendo com saúde: Quando é indicado começar a se cuidar e o que deve ser evitado?

A gerontóloga Nathália Gitti esclareceu alguns mitos e verdades sobre o envelhecimento e revelou quais pontos precisam de mais atenção além da saúde física

Envelhecendo com saúde: Quando é indicado começar a se cuidar e o que deve ser evitado? – Freepik

Você sabia que de 2030 em diante, os idosos brasileiros serão mais numerosos do que as crianças? Pois é! Esse dado surpreendente foi compartilhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Estima-se que o número de pessoas com idade superior a sessenta anos chegará a dois bilhões até 2050, representando um quinto da população mundial.

Mas, não é só isso! Enquanto em 1945 a expectativa de vida no Brasil era – caia para trás – de quarenta e três anos, a média atual fica em torno de setenta e seis, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ou seja, se você tem hoje vinte, trinta, quarenta ou cinquenta anos, é necessário se preparar para uma velhice bem longa, feliz e saudável! 

E, para chegar até lá bem – e, ser uma vovó com disposição e conservada -, é preciso ter estratégia, treino e atitude! Por isso, Nathália Gitti, gerontóloga da Suprevida, deu dicas maravilhosas e exclusivas para a Viva Saúde para envelhecer bonita e saudável. Confira!

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Como envelhecer com saúde?

É necessário se atentar a alguns pontos essenciais na nossa trajetória de vida, como:

1. Realizar visitas médicas periodicamente e exames de rotina, a fim de identificar possível diagnóstico precoce de conflitos e transtornos, o que pode gerar aumento na qualidade e no ganho de vida;

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2. Se vacinar nos períodos corretos para proteger-se de doenças infectocontagiosas;

3. Dormir a quantidade suficiente para alcançar a reparação dada pelo sono – já que a falta de descanso também se associa à fadiga, estresse e apresenta impacto negativo na qualidade de vida de médio a longo prazo. O sono também tem papel essencial na consolidação das informações recebidas ao longo do dia e na concentração para as atividades do próximo turno;

4. Buscar hábitos de vida mais saudáveis, como a diminuição da ingestão de alimentos industrializados e de bebidas alcoólicas em excesso, a busca por uma dieta balanceada em nutrientes, exercitar-se sempre que possível e de forma segura (com recomendação médica e com o acompanhamento de um profissional da área), além de realizar a gestão do tempo de forma a contemplar todas as tarefas necessárias e também as desejadas;

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5. Identificar hábitos que contribuam para a sua saúde mental e dar a devida importância a eles – em meio à rotina, é essencial dedicar-se a pequenas tarefas que contribuam para o bem-estar e leveza, dando sentido ao que é vivido e permitindo-se experienciar pequenos momentos de alegria;

6. Estabelecer metas que tenham valor e que sejam voltadas à realização de sonhos, traçando um planejamento para a sua realização e entendendo seu propósito;

7. Cultivar o contato com as redes sociais de apoio que são significativas, visto que a interação humana é essencial para a manutenção/melhora da qualidade de vida e do bem-estar, além de atuar diretamente no enfrentamento e na resolução de diferentes conflitos ao longo do envelhecimento.

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Não há uma receita para o envelhecimento com saúde, mas esses cuidados ajudarão (e muito!) a vivermos de forma mais saudável.

A partir de qual idade devo começar a me cuidar?

O envelhecimento pode ser caracterizado como a passagem do tempo sobre nós ao longo da vida, sendo integrado a um processo de perdas e ganhos inerente ao tempo e iniciado a partir do momento de nossa concepção; logo, estamos envelhecendo antes mesmo do nosso nascimento. Dessa forma, o cuidado com a saúde de forma biopsicossocial deve ser realizado ao longo de toda a trajetória de vida.

Ainda se tratando do processo de perdas e ganhos, sabe-se que a estimativa do aumento gradual de perdas ocorre a partir do meio da fase de meia-idade (período pertinente aos quarenta a sessenta anos de idade) até o nosso falecimento – neste período, visitas mais frequentes aos serviços de saúde com vistas à prevenção de doenças podem ser incorporadas à rotina.

Entretanto, o envelhecimento se mantém como um processo individualizado e, portanto, é heterogêneo a cada ser humano, o que torna a necessidade de acompanhamento e a realização de cuidados nas esferas biopsicossocioculturais serem diferenciados para cada um de nós.

Quais pontos devo ter mais atenção além da saúde física?

Além da saúde física, o envelhecimento é um processo que inclui outras variáveis fundamentais para atenção, como a saúde mental, o fortalecimento da rede social, o cultivo da espiritualidade, a realização de atividades culturais, a gestão financeira de ganhos e investimentos, entre outros.

Logo, o ideal é realizar um plano de atenção a todas essas variáveis junto ao gerontólogo e à equipe multidisciplinar de saúde, para acompanhamento de suas condições e direcionamento ao que lhe for mais vulnerável.

A prática de exercícios deve ser apenas quando jovem?

Não! A prática de exercícios físicos se configura como um importante aliado à manutenção e melhora da capacidade funcional (habilidade de realização de atividades de vida diária – AVDs –, tanto básicas quanto instrumentais) ao longo de toda a vida. 

Logo, é essencial que se torne um hábito desde o início do nosso ciclo de vida, a fim de que atue no desenvolvimento das nossas funções motoras e nas variáveis de força/equilíbrio, capacidade respiratória, resistência e na flexibilidade. A prática de atividades físicas também é intimamente ligada à liberação de hormônios como a endorfina, que é relacionada ao bem-estar, e a dopamina, associada ao efeito analgésico, além de auxiliar nas relações sociais, apresentando benefícios na saúde de forma geral.

O que deve ser evitado?

Ao longo da vida, devem ser evitados todos os excessos, sejam eles pertinentes a uma ou mais das variáveis físicas, psicológicas, sociais, financeiras, entre outras. Além disso, entendendo-se que há diversas questões a serem consideradas durante o envelhecimento, o ideal é que haja a busca e o alcance do equilíbrio de cada uma dessas esferas, a fim de que todas as variáveis pertinentes à nossa qualidade de vida sejam contempladas e recebam a devida atenção.​

MITOS X VERDADES SOBRE O ENVELHECIMENTO

Há informações preconcebidas acerca do envelhecimento que são amplamente difundidas, mas nem todas são verdadeiras.

Demência 

Uma dessas questões se refere ao fato de que a demência é inerente ao processo de envelhecimento; tal informação não é verdadeira, visto que a demência se configura como uma doença, uma condição de saúde, e não como requisito esperado para a velhice. Também há diferentes exercícios que podem atuar no aumento de nossa reserva cognitiva, como a escrita manual de cartas, a memorização de músicas e a realização de atividades de vida diária, como ir ao supermercado, dançar e realizar um passeio em família, por exemplo.

Vida sexual

Outro assunto pertinente é o de que não há vida sexual na velhice; isso também é um mito, já que as atividades sexuais dependem muito mais da saúde e do desejo do indivíduo e de seu(sua) parceiro(a) do que da idade em si, como fator numérico. Também se sabe que a incidência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) tem aumentado consideravelmente entre os idosos, devendo-se utilizar preservativos em toda relação sexual realizada.

Incontinência urinária

Além disso, no imaginário comum, o conceito de que todo idoso sofre de incontinência urinária é bastante presente. Sabe-se que tal condição afeta cinco por cento de toda a população mundial, sendo mais prevalente em mulheres e apresentando-se de diferentes maneiras, mas também se configura como uma condição patológica de saúde. Logo, ao longo da vida, é possível realizar exercícios que fortaleçam os músculos pélvicos, além de acompanhar a administração e a interação de medicações que favoreçam essa condição junto à equipe de saúde, como forma de prevenção e tratamento desta condição.

Dores e incapacidades

Por fim, é comum a ideia de que há o aumento e a prevalência de dores e incapacidades a partir da meia idade até a velhice. Embora haja o aumento de perda muscular neste período, existem ações que podem atuar na prevenção destas dores, como a realização de atividades físicas com vistas à melhora da função musculoesquelética, a utilização de calçados confortáveis, a manutenção do peso e a realização de uma dieta balanceada em certos nutrientes (como proteínas e cálcio).